Carta de Pêro Vaz de Caminha, a Certidão de Nascimento do Brasil

No descobrimento do Brasil, como em todos os lugares, grupos, associações, clubes, reuniões, sempre existem jornalistas ou escritores acompanhando os atos, e não podia deixar de acontecer com a fantástica viagem do Descobrimento do Brasil, pelo então escritor “Pero Vaz de Caminha”.

Pero Vaz de Caminha era um amigo do Rei de Portugal D.Manuel I e por essa razão foi convidado como cronista, durante 54 dias relatou todos os trâmites da famosa viagem capitaneada por Pedro Álvares Cabral.

Como tudo em PORTUGAL, quaisquer documentos de viagens e os seus relatos eram depositados na “Torre do Tombo” em Lisboa, o arquivo Real, e essa carta ficou dentro da Torre do Tombo praticamente esquecida por 2 séculos e meio, e só foi relatada por obra do guarda-mór da Torre “José Seabra da Silva”, isso já em 1773. Também só foi publicada em 1817 por obra do padre Aires do Casal na “Corografia Brasilica”.  Hoje em dia aqui no Brasil costumamos designar qualquer coisa histórica que o documento ou local foi “tombado” e seria uma homenagem à Torre do Tombo em Lisboa.

Como todos sabem a data do Descobrimento do Brasil ficou fixada no dia 22 de Abril de 1500 após lutas intensas por Portugal com a Espanha, sendo que o Papa da época lançou a “Bula Inter-Pares” para ajustar as áreas de descobrimento dos dois países, com 100 léguas das Ilhas de Cabo Verde as terras seriam de Portugal e após isso da Espanha, e Portugal não aceitou, então o Papa fez novamente outra bula para ser discutida na cidade de Tordesilhas na Espanha e que resultou no “Tratado de Tordesilhas” e que fixou definitivamente, sendo que 370 milhas das Ilhas de Cabo Verde seriam de Portugal as terras descobertas, e após isso da Espanha, e Portugal aceitou, mesmo porque já sabia de terras além dessa dimensão. E organizou a grandiosa esquadra de Pedro Álvares Cabral com 13 navios e 1500 homens, partindo em direção das terras do futuro Brasil, efetivou a conquista nesse dia, sendo que dos 13 navios um não chegou e após 7 dias partiu a esquadra em direção da Ásia, e voltando para Portugal com apenas 6 navios.

O mestre cronista da viagem, o ilustre “Pero Vaz de Caminha”, com a sua brilhante descrição, parte real e parte fantasiosa descreveu com detalhes desde a saída das 13 naves em Lisboa do porto do Restelo no dia 9 de Março de 1500 até o dia 1º de Maio, e depois e mais tarde a reescreveu em 14 folhas de papel da época.

Como todos sabem a esquadra dos 13 navios (12 chegaram)  chegou em PORTO SEGURO, na Bahia, exatamente o meio da distância entre o Pará e o Rio da Prata, naturalmente por obra dos cartógrafos que conheciam as rotas marítimas. Como Portugal já sabia dessas terras por obra de SANCHO BRANDÃO, outro português que por acaso esteve na costa do futuro Brasil no ano de 1300 e relatou ao Rei de Portugal e este guardou as informações também na Torre do Tombo, então Portugal com receio de que a Espanha descobrisse essas terras, organizou a famosa esquadra, depois que Cristovam Colombo havia descoberto as Américas, e para conhecimento “Cristovam Colombo” era português nascido no Algarve na cidade de Cuba, e por essa razão ele deu o nome de Cuba à ilha próxima da Ilha de Guanani, que havia descoberto em nome da Espanha, pois que Portugal lhe havia negado os navios e ele foi pedir à Espanha e o Rei e Rainha lhe deram os 3 navios: Santa Maria, Pinta e Nina.

Portanto, quem ler a CARTA DE PÊRO VAZ DE CAMINHA, em seus tópicos todos, verá uma espetacular viagem, marcada pelo simbolismo da maestria lusitana das viagens marítimas de uma época fenomenal, em que PORTUGAL criou para sempre um NOVO MUNDO, e orgulho eterno da LÍNGUA PORTUGUESA, com 8 países e por 300 milhões que falam a maravilhosa e eterna “língua portuguesa”.

 

Adriano Augusto da Costa Filho
Membro da Casa do Poeta de São Paulo, Movimento Poético Nacional, Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores, Academia Virtual Poética do Brasil, Ordem Nacional dos Escritores do Brasil, Associação Paulista de Imprensa, Associação Portuguesa de Poetas/Lisboa e escreve quinzenalmente para o Jornal Mundo Lusíada.

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