Paulo Rangel ministro de Estado e de Negócios Estrangeiros no governo de Montenegro

Mundo Lusíada com Lusa

O primeiro vice-presidente do PSD, Paulo Rangel, vai ser o número dois do Governo liderado por Luís Montenegro, assumindo o cargo de ministro de Estado e de Negócios Estrangeiros.

A proposta de nomeação de Paulo Rangel consta de uma nota da Presidência da República, divulgada após o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, ter aceitado a lista de ministros do XXIV Governo Constitucional entregue pelo primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro.

Esta será a primeira experiência como ministro de Paulo Rangel, que, aos 56 anos, já foi líder parlamentar do PSD, candidato por duas vezes à presidência do partido e, entre 2004 e 2005, secretário de Estado Adjunto do ministro da Justiça, José Pedro Aguiar-Branco, durante os cerca de seis meses do Governo PSD/CDS-PP chefiado por Pedro Santana Lopes.

A tomada de posse do primeiro-ministro e dos ministros do XXIV Governo Constitucional irá decorrer na terça-feira, dia 02, no Palácio da Ajuda. Dois dias depois, no mesmo local e à mesma hora, tomarão posse os secretários de Estado.

No XXIV Governo Constitucional, Rangel será segundo na hierarquia do executivo e só ele e o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, terão estatuto de ministros de Estado.

Paulo Artur dos Santos Castro de Campos Rangel tem 56 anos (nasceu a 18 de fevereiro de 1968 em Vila Nova de Gaia), e iniciou a atividade política em 2001, com a redação do programa de candidatura do ex-presidente do partido Rui Rio, então candidato à Câmara Municipal do Porto apoiado por PSD e CDS-PP.

Desde então, Paulo Rangel tem repartido a sua atividade profissional pela advocacia, a universidade e a política.

Na vida acadêmica, sempre ligado ao Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa, especializou-se nas áreas do Direito Constitucional, Direito Administrativo e Ciência Política, tendo passado pelo Instituto Universitário Europeu e pelas universidades de Bolonha, Génova e Friburgo, além de exercer a advocacia em várias firmas. Atualmente, leciona na Católica do Porto e na Porto Business School.

Entre 2004 e 2005, durante os cerca de seis meses do Governo PSD/CDS-PP chefiado por Pedro Santana Lopes, Rangel foi secretário de Estado Adjunto do ministro da Justiça, José Pedro Aguiar-Branco.

Na legislatura seguinte, iniciada em 2005 (ano em que se filia no PSD), estreou-se como deputado, eleito pelo Porto, e a sua ascensão no partido foi rápida.

Em 2008, a seguir à vitória de Manuela Ferreira Leite nas eleições diretas para a liderança do PSD, foi o escolhido para liderar o grupo parlamentar social-democrata.

Cerca de dez meses depois, Paulo Rangel voltou a ser o nome indicado pela então presidente do PSD para encabeçar a lista do PSD às eleições de 7 de junho de 2009 para o Parlamento Europeu.

O PSD saiu vitorioso dessas eleições e Rangel chegou à vice-presidência do grupo parlamentar do Partido Popular Europeu e, em 2015, do próprio PPE.

Em 2010, Paulo Rangel disputou pela primeira vez a liderança do PSD e conseguiu 34,4% dos votos contra os 61% de Pedro Passos Coelho – que tinha perdido as anteriores diretas para Ferreira Leite -, numas eleições a que também concorreram José Pedro Aguiar Branco (3,42%) e Castanheira Barros (0,27%).

Passos Coelho manteve-o como cabeça de lista ao Parlamento Europeu em 2014, com a coligação PSD/CDS-PP a conseguir 27,7% dos votos contra 31,4% do PS (resultado que acabaria por ditar a saída do líder socialista António José Seguro, desafiado por António Costa em primárias).

Rui Rio volta a apostar em Paulo Rangel como ‘número 1’ a Bruxelas em 2017, mas o PSD, desta vez sozinho, regista o pior resultado de sempre nestes sufrágios, pouco abaixo dos 22%.

Em 2020, Rio contou com o apoio de Paulo Rangel na disputa interna contra Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz, e este encabeça a lista da direção ao Conselho Nacional no Congresso seguinte, mas alguns meses mais tarde recusou o convite para encabeçar uma candidatura à Câmara Municipal do Porto.

Em 2017, o eurodeputado ponderou disputar a presidência dos sociais-democratas, na sequência da saída de Passos Coelho, mas invocou “razões de ordem familiar” para não avançar, o que acabaria por só voltar a acontecer em 2022.

Numas eleições muito disputadas, Rangel consegue 48% dos votos contra os 52% de Rui Rio e não se envolve na disputa entre Montenegro e Moreira da Silva.

No congresso de entronização de Montenegro, em julho de 2022, a sua escolha para primeiro vice-presidente do PSD foi uma das grandes surpresas.

Nas últimas semanas, a dúvida era se entraria no Governo ou se poderia assumir um lugar de comissário europeu no próximo executivo comunitário.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: