Ministros do Brasil e Portugal debatem relações bilaterais e a próxima Cimeira

Mundo Lusíada

 

Neste dia 26, o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, foi recebido em Lisboa pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, durante sua passagem por Portugal.

Na primeira reunião de ambos, Rangel e Vieira revisaram a agenda Brasil-Portugal, e trataram de temas regionais e globais, além de CPLP, diálogo MERCOSUL-UE e comunidade iberoamericana.

Segundo o governo português, foram abordados vários assuntos, incluindo “as excelentes relações bilaterais”, a próxima Cimeira bilateral, a participação no G20 e as intensas relações econômicas, em particular, na área da defesa.

O governo brasileiro confirmou que o Ministro Rangel agradeceu, pelo novo governo de Portugal, convite da presidência brasileira para participar da agenda do G20. Trataram ainda da expressiva comunidade brasileira em Portugal e da organização, pelo Brasil da cúpula bilateral, em data ainda a definir. O último encontro ocorreu em 2023, em Lisboa.

O ministro Mauro Vieira esteve presente na cerimônia de celebração dos 50 anos da Revolução dos Cravos-Lisboa, neste 25 de abril, em representação ao presidente Lula da Silva, em que participaram os demais Chefes de Estado e Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Também o Presidente brasileiro felicitou o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, e o povo português pelos 50 anos do 25 de Abril, em conversa telefônica, divulgou hoje a Presidência da República Portuguesa.

“Numa conversa telefônica esta noite, o Presidente da República Federativa do Brasil, Lula da Silva, que jantava na residência do embaixador de Portugal em Brasília, lamentando não ter podido estar presente em Lisboa, felicitou o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e, através dele, o povo português, pelos 50 anos do 25 de Abril, que devolveu a liberdade e permitiu a construção da democracia, referindo o impacto que a revolução portuguesa teve também no fim da ditadura no Brasil”, lê-se na nota.

Segundo a Presidência da República Portuguesa, “a conversa telefónica confirmou e renovou as excelentes relações entre os dois chefes de Estado e os dois países irmãos”.

Na mesma nota, refere-se que o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, esteve presente no jantar oferecido por Marcelo Rebelo de Sousa, na quinta-feira à noite, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.

No jantar no Palácio Nacional da Ajuda estiveram os presidentes de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, que antes discursaram numa sessão comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, a convite de Marcelo Rebelo de Sousa.

Ainda, o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, citou o Brasil nestas comemorações do 25 Abril. “Na impossibilidade de acompanhar em Lisboa as comemorações dos 50 anos do 25 de abril, o Presidente da República Federativa do Brasil honrou esta efeméride com a sua presença num jantar na residência oficial do embaixador de Portugal em Brasília. Um gesto que agradeço e assinala, também no Brasil, esta importante data na comunidade lusófona”, postou nas redes sociais.

Reparação histórica

Ainda em Lisboa, o ministro Mauro Vieira defendeu, em entrevista à agencia Lusa, uma “política de reparação” como o Brasil já tem em relação à população brasileira afro-descendente, depois da fala do presidente Marcelo Rebelo de Sousa sobre os erros do passado colonial.

“Só posso dizer que o Brasil internamente tem uma política de reparação para a população brasileira de afrodescendentes. Nós temos políticas afirmativas que apoiam nas mais diversas circunstâncias”. Mauro Vieira referiu, no entanto que as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa são uma questão de “política interna portuguesa” e que não pode nem deve comentar as declarações de “um chefe de Estado”.

Nesta semana, também a ministra da Igualdade Racial brasileira pediu “ações concretas” por parte de Portugal na sequência da “importante e contundente” afirmação do chefe de Estado português. Anielle Franco também disse que a pasta já estava “em contato com o Governo português para dialogar sobre como pensar essas ações e a partir daqui quais os passos que serão tomados”.

Já em Portugal, o presidente do Chega, André Ventura, afirmou neste dia 26 que apresentará uma moção de censura ao Governo caso o primeiro-ministro Luís Montenegro avance com algum tipo de indenização às ex-colônias.

Deixe uma resposta