Dia Mundial do Café: Sucesso no mundo, bebida traz benefícios mas sem exageros

Da Redação

 

No domingo (14), celebra-se o dia de uma bebida que é paixão nacional há bastante tempo: o café, a bebida com consumo médio anual de 5kg do grão torrado e moído por pessoa.

Segundo dados do 4º Levantamento da Safra de Café 2023, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o país produziu 55 milhões de sacas, de 60kg cada, do grão em 2023, ocasionando um aumento de 6,3% na produtividade nacional em relação a 2022. Já para 2024, a Conab estima que o país alcance a produção de 58,08 milhões de sacas. As regiões Sudeste e Nordeste são, respectivamente, as maiores produtoras, sendo a primeira responsável pela colheita de 86% de todo o café produzido no país em 2023.

Dados da Embrapa mostram que o total do volume físico das exportações dos Cafés do Brasil equivalente a sacas de 60kg, no acumulado de doze meses, especificamente no período de abril de 2023 a março de 2024, atingiu a soma total correspondente a 42,80 milhões de unidades.

Desse volume total exportado, merece destacar que 39,16 milhões de sacas foram de café verde, que correspondem a 91,5% do total geral adquirido pelos importadores, sendo 32,83 milhões de sacas de cafés da espécie Coffea arabica (arábica), as quais representam 83,8% desse mesmo total vendido de café verde, além de 6,32 milhões de sacas do Coffea canephora (robusta+conilon), que equivalem a 16,2% do total verde exportado.

Benefícios sem exagero

Segundo a nutricionista clínica e funcional, dra. Gisela Savioli, entre os benefícios dessa bebida que conquistou o planeta e que, se tomada em quantidades moderadas, não faz mal à saúde, agrega benefícios estimulantes especialmente por causa da presença de cafeína. Pesquisas feitas pelo Instituto do Coração, o Incor, já confirmaram que em doses ideais não prejudica o coração e até protege o sistema cardiovascular.

“A ressalva é que para ter benefícios precisa ser consumido puro, sem açúcar e sem adoçante, estes sim prejudiciais. Para quem ainda adoça o café, uma sugestão é substituir por pitadas de temperos terapêuticos, como canela em pó”, pontua a nutricionista

Além disso, o café é rico em antioxidantes, como ácido clorogênico e polifenóis, que ajudam a combater os radicais livres no corpo, reduzindo o risco de doenças crônicas e promovendo a saúde geral. “O café tem sido associado a um menor risco de várias condições de saúde, incluindo doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2”, diz Dra Gisela Savioli.

Para os atletas, a bebida é ainda uma boa aposta. Isso porque a cafeína presente no café pode aumentar a resistência durante o exercício físico, ajudando a melhorar o desempenho atlético e a reduzir a percepção de esforço.

Outro benefício é a melhora da disposição. Não à toa, quando acordamos cedo ou sentimos muito sono, é comum desejar um café para despertar. “Além de seus efeitos estimulantes, o café também pode ajudar a melhorar o humor, graças à sua capacidade de aumentar a produção de neurotransmissores como a dopamina e a serotonina”.

Embora o café ofereça muitos benefícios à saúde, é importante consumi-lo com moderação, pois o excesso de cafeína pode levar a efeitos colaterais indesejados e até dependência em pessoas que não metabolizam bem a bebida, como nervosismo, insônia e palpitações cardíacas.

“Existe algo chamado individualidade bioquímica e cada pessoa pode reagir de uma forma. Uma dica para saber se você não metaboliza bem o café – ou tem exagerado na dose – é ficar três dias sem a bebida. Se sentir náusea, irritabilidade, dor de cabeça podem ser indícios de diminuição de dose ou busca de outras opções, como por exemplo o café descafeinado.”

A esse grupo, Gisela orienta o consumo do café descafeinado. E, no geral, é indicado limitar o consumo em até três xícaras por dia e tomar o último cafezinho até às 17h.

motivação ou ansiedade

De acordo com o IBGE, cada habitante do país consome em média entre 3 e 4 xícaras diariamente. Mais do que um hábito cultural, a bebida é vista como um potencializador da produtividade, o que atrai especialmente quem está em uma rotina mais intensa de trabalho ou estudo.

“Estudos já mostraram que o consumo da cafeína é seguro para a maioria das pessoas, em quantidades baixas ou moderadas. No entanto, se for consumida de forma inadequada, pode causar efeitos colaterais desagradáveis, e até perigosos à saúde, dependendo de quanto tempo a substância ficar no seu corpo. Doses elevadas podem provocar taquicardia, ansiedade, tremores, alterações digestivas e insônia”, explica o biólogo e professor Paulo Jubilut, fundador da plataforma de educação Aprova Total, especializada na preparação de alunos para o Enem e vestibulares.

No cérebro humano existe uma molécula de energia chamada ATP (trifosfato de adenosina), que age como um combustível para o corpo funcionar. Durante uma longa maratona de estudos, o cérebro vai esgotando essas moléculas, o que causa sono e cansaço. “Quando a cafeína entra no sistema, ela se liga a receptores específicos que enganam o cérebro e fazem parecer que não existe tanto cansaço. Mas na verdade é apenas a percepção de fadiga que diminui: o ‘combustível’ continua baixo”, explica o biólogo.

No entanto, o papel do café não é recarregar energia — para isso, nada substitui uma boa noite de sono. O especialista explica que dormir é essencial para que as moléculas de ATP se restabeleçam.

Apesar de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) considerar seguro, para pessoas saudáveis, o consumo de até 400 mg de cafeína por dia, equivalente a três xícaras, cerca de 61% dos brasileiros ultrapassam essa recomendação. Além da quantidade apropriada, o biólogo aponta outros cuidados. “É bom evitar a bebida após as 16 horas, já que a cafeína pode atrapalhar o sono à noite. Isso acontece porque a cafeína leva mais ou menos 7 horas para ser metabolizada pela metade, o que significa que mesmo horas após o consumo você continua sentindo os efeitos dela no corpo.”

 

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