Primeiro-Ministro quer que 50 anos marquem “ponto de viragem” na retenção de talento dos jovens

Da Redação com Lusa

O primeiro-ministro manifestou hoje a convicção de que os 50 anos do 25 de Abril serão “um ponto de viragem” para quebrar “um ciclo negativo” dos últimos anos, de “incapacidade de reter em Portugal” o talento dos jovens.

Luís Montenegro assinalou hoje os 50 anos do 25 de Abril com um almoço com 50 jovens na residência oficial do primeiro-ministro, entre os quais o tenista João Sousa, o escritor Afonso Reis Cabral, o cantor Buba Espinho, a comentadora na SIC Maria Castello Branco e elementos das Forças Armadas e forças de segurança.

“Estou convencido de que este 25 de Abril, estes 50 anos, serão um ponto de viragem se nós quebrarmos um ciclo negativo que foi a marca dos últimos anos: a incapacidade de retermos em Portugal o nosso talento”, afirmou.

O primeiro-ministro defendeu que, “mais do que contemplar os 50 anos” que passaram desde Abril de 1974, o Governo está focado “nos anos que vêm aí”.

“Precisamos desta geração dos filhos de Abril mais do que nunca para o futuro de Portugal, precisamos de travar a fuga de capital humano para o estrangeiro”, defendeu, retomando aquela que foi uma das suas principais “bandeiras” de campanha.

Nesta ocasião, Montenegro reiterou alguns dos compromissos do seu executivo com políticas fiscais e de apoio à compra de casa ou arrendamento pelos mais jovens.

“Estamos mais disponíveis do que nunca em dar-vos instrumentos para poderem construir o futuro do país”, disse, afirmando-se convencido de que “as políticas públicas podem fazer muito” para reter jovens qualificados em Portugal.

O primeiro-ministro considerou que muitos destes jovens têm vontade” de ficar em Portugal.

“Assim possamos, ao nível dos poderes públicos, dar-lhes os instrumentos para que não seja necessário sair de Portugal”, afirmou, numa iniciativa em que esteve acompanhado pela ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes.

No dia em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, o primeiro-ministro salientou que se conquistou “o direito de escolher, o direito de criar e construir o futuro”.

“Todos estes jovens, felizmente, tal como o primeiro-ministro – que nasceu apenas um ano antes do 25 de Abril – tiveram o privilégio de terem nas suas vidas processos de valorização acadêmica, formativos, educacionais e não se confrontaram com as limitações” da ditadura”, referiu.

No entanto, acrescentou, ainda “há desafios para vencer”

“Precisamos que os jovens portugueses agarrem o futuro de Portugal, peguem no seu potencial imenso, em toda sua qualificação – estão aqui muitos que são os melhores dos melhores – e coloquem isso ao serviço do país”, apelou.

O primeiro-ministro reiterou que dependerá muito dos poderes públicos encontrar condições para que tal aconteça.

“Queremos assegurar nesta celebração do 25 de Abril que a evocação do 25 de Abril é também isso, olhar para o futuro, garantir que a madrugada libertadora produziu efeitos, produziu consequências”, afirmou.

Pouco depois do final do almoço, Montenegro, sempre acompanhado pela mulher, deu um curto passeio pelos jardins, cumprimentou alguns populares, mas só parou para falar com duas crianças, uma das quais lhe desejou “um feliz 25 de Abril”, numa altura em que ainda estava pouca gente nos jardins de São Bento.

O primeiro-ministro recolheu à residência oficial sem prestar declarações à comunicação social e só voltou a sair para assistir ao início do concerto do cantor António Zambujo, tendo de sair pouco depois por razões de agenda.

Nesta altura, já com muito mais pessoas (embora longe de enchentes de outros anos), Montenegro ainda teve tempo para tirar algumas ‘selfies’ com quem lhe ia pedindo a caminho da saída da residência oficial.

O primeiro-ministro participa, pelas 18:00 no Centro Cultural de Belém, na sessão evocativa do 25 de Abril com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com os chefes de Estado de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, países africanos de língua oficial portuguesa, e de Timor-Leste.

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