Brasil lança três pólos do Centro de Investigação Internacional dos Açores

Da Redação

O Centro de Investigação Internacional dos Açores – o AIR Centre – no Brasil estará em discussão em dois workshops que acontecem entre 20 e 21 de fevereiro no Rio de Janeiro (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e dia 23 de fevereiro, na Universidade Estadual do Ceará.

Serão debatidos o desenvolvimento e a integração de tecnologias espaciais e oceânicas, a ciência dos dados e a instalação da Rede Inteligente de Dados do AIR Centre (AIR DataNet), juntamente com estratégias de valorização econômica e conhecimento no contexto das interações atlânticas.

Segundo o governo português, o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, participa na sessão de abertura do primeiro workshop que reúne cientistas e empresários brasileiros, portugueses e de várias instituições internacionais, como o centro Catapult do Reino Unido.

Do Brasil, o Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, espera assinalar mais um importante passo na instalação do AIR Centre, como definido na Declaração de Florianópolis, assinada em 20 de novembro de 2017.

Pesquisas espaciais e supercumputação

Para além da instalação do Pólo do AIR Centre no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil, já em curso, será agora a vez de incluir a atual infraestrutura de supercomputação da Universidade Federal do Rio de Janeiro na AIR DataNet, a desenvolver durante 2018.

No desenvolvimento da rede colaboram também o Centro de Computação Avançada da Universidade do Texas em Austin, o Centro de Supercomputação de Barcelona e o recém criado Centro de Computação Avançada do Minho, de modo a facilitar o desenvolvimento das ciências dos dados e aplicações à interação clima-oceanos.

O objetivo é desenvolver novas áreas de computação, assim como aplicações diversas de âmbito científico e empresarial em áreas que abrangem o clima, a segurança marítima, o apoio às pescas, a monitoração de padrões de mobilidade nas cidades, o estímulo da biodiversidade, a gestão do risco nas florestas e aplicações na saúde, incluindo bioinformática.

O segundo workshop, denominado Convergência das Ciências do Espaço, Oceano, Energia e Clima no Atlântico Equatorial – contribuições para o AIR Center, dia 23 de fevereiro, na Universidade Estadual do Ceará, em Fortaleza, permitirá reforçar a colaboração científica e tecnológica entre Portugal e o Brasil, que é um dos países fundadores do AIR Center.

Sede

O Governo dos Açores também já revelou que a associação de direito privado para servir de “alavanca” para o Centro Internacional de Investigação do Atlântico – AIR Center terá sede na Praia da Vitória, na Ilha Terceira.

“Para já é a nossa perspectiva, temos estado em conversações com a Câmara Municipal da Praia da Vitória, que já nos identificou um local possível e está a ser neste momento avaliado, mas tudo indica que será na Praia da Vitória”, avançou à Lusa o secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia dos Açores, Gui Menezes.

Os Açores vão integrar essa associação, que vai “agilizar” a instalação do Centro Internacional de Investigação do Atlântico – AIR Center, que terá a sua sede nos Açores ainda este ano.

“Essa associação é importante porque vai permitir agilizar e operacionalizar também para a captação de interesses para o projeto que está a ser construído, que é o projeto do AIR Center. Esta associação vai ter sede nos Açores e pretende-se que ela alavanque várias iniciativas ligadas às áreas de interesse do Air Center”, disse.

Gui Menezes estima que a associação deverá estar a trabalhar a curto prazo, sendo que primeiro terá de ir a Conselho do Governo Regional dos Açores e dependerá dos “prazos” do Governo da República.

“Primeiro, (a associação) vai ter de ir a Conselho de Governo, ainda, para aprovação e só depois disto será formalizada. Isto é uma iniciativa que envolve o Governo Regional e o Governo da República e também dependerá dos prazos que o Governo da República tem de cumprir para autorizar a entrada nesta associação, mas em princípio deverá ser uma coisa simples, rápida, daqui a um mês, dois meses, não mais que isso”, sublinhou.

Segundo o governante, será uma associação “de direito português, só com participação portuguesa”, e só depois poderá abrir portas a interessados a nível internacional.

O Governo aprovou na última semana a criação de uma associação de direito privado para servir de “alavanca” para o AIR Center, com uma equipe científica própria a coordenar projetos de âmbito transnacional.

O ministro português da Ciência, Tecnologia adiantou que em causa está a criação de uma associação de direito privado que servirá de “alavanca” para o AIR Center, para coordenar a fase de arranque do centro, funcionando com uma equipa científica própria a gerir os projetos que vão sendo desenvolvidos em rede.

O AIR Center, que terá a sua sede nos Açores ainda este ano e diversos polos no estrangeiro, de acordo com o ministro, pretende reunir a investigação sobre o Atlântico, em áreas como espaço, oceanos, alterações climáticas e processamento de dados, ao agregar uma rede de instituições científicas de vários países.

Além de Portugal, que lidera o processo, fazem parte da comissão instaladora do AIR Center países como Espanha, Reino Unido, Nigéria, África do Sul, Cabo Verde, Angola, Argentina e Uruguai, todos cofundadores como o Brasil.

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