Jornada: Portugueses atuam como voluntários e imigrantes acolhem peregrinos

Da Redação
Com Lusa e agencias

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Papa na comunidade de Varginha, em Manguinhos no Rio, saudado por fiéis.

Portugal participa da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, com peregrinos, voluntários e até imigrantes portugueses pouco ligados à Igreja Católica que abriram suas casas para abrigar jovens estrangeiros.

“Chegamos há 15 dias e já fizemos várias atividades. Neste período oficial da Jornada vamos ajudar a administrar [as visitas] no Pão de Açúcar, auxiliando nas filas e com informações”, contou à Lusa a portuguesa Lúcia Morgado, professora de educação moral e religiosa que veio de Viseu.

Já a portuguesa Rita Rocha, que é imigrante no Brasil desde o ano passado, ofereceu a sua casa para vários peregrinos, transformando as noites numa espécie de “festa católica permanente”. “Temos uma tradição na família, os meus filhos já viveram fora e nós também já recebemos estrangeiros em casa, para mim não há qualquer problema, gostamos de receber”, contou Rita.

Suas hóspedes são duas meninas africanas, do Zimbábue, que chegaram ao Brasil esta semana para participar na Jornada. As duas jovens estavam a dormir em colchões num espaço paroquial do Jardim Botânico.

“Chegaram no primeiro dia à noite exaustas e passaram o dia todo nas atividades da Jornada, mas esta noite vamos jantar aqui e espero conhecê-las melhor”, contou a anfitriã, que se diz “crente”, mas não católica.

Já o português João Silveira, que reside em Roma, é católico praticante está a atuar como voluntário no centro de imprensa, auxiliando os jornalistas que fazem a cobertura do evento.

“É muito significativo [ser voluntário] porque a Jornada é o maior evento católico do mundo e poder dar o meu pequeno contributo para esse encontro é uma grande satisfação”, celebrou.

Neste 25 de julho, João Silveira teve o privilégio de acompanhar a visita do papa Francisco à comunidade de Varginha, no Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro.

A Jornada Mundial da Juventude foi criada em 1986 pelo papa João Paulo II. Desde então, foi realizada em diferentes países, mas esta é a primeira vez em que ocorre num país lusófono.

Programação
Nessa quinta-feira, o papa se dirigiu de carro fechado para o Palácio da Cidade, sede do governo municipal, onde recebeu as chaves da cidade do Rio de Janeiro e abençoou a Cruz e o Ícone Olímpicos, já que a cidade é sede dos jogos em 2016. Recebido pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e pelo prefeito Eduardo Paes, o Papa foi ovacionado pelos convidados logo na chegada.

Depois, o Papa seguiu para a comunidade de Varginha, em Manguinhos, para saudar os fiéis. Ele abençoou o novo altar da capela de São Jerônimo Emiliani, fez um pronunciamento emocionado para a população local no campo de futebol da redondeza e ainda escolheu uma das casas da comunidade para visitar uma família.

Notadamente feliz, o Papa Francisco falou, em seu discurso, dos valores de solidariedade, caridade e justiça social, brincando com o dito popular “Sempre se pode colocar mais água no feijão”. “Não deixemos entrar em nosso coração a cultura do descartável, porque nós somos irmão. Ninguém é descartável. Tudo o que se compartilha, se multiplica”.

Mais tarde, o papa se reuniu com seus conterrâneos, da Argentina, e promoveu mais um encontro emocionado com os jovens participantes da Jornada Mundial da Juventude.

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