Presidente português propõe acordo entre PSD, PS e CDS

Mundo Lusíada

Pronunciamento do Presidente da República Portuguesa, no Palácio de Belém, 10 de julho de 2013. Foto PEDRO NUNES / LUSA
Pronunciamento do Presidente da República Portuguesa, no Palácio de Belém, 10 de julho de 2013. Foto PEDRO NUNES / LUSA

O Presidente da República portuguesa propôs um “compromisso de salvação nacional” entre PSD, PS e CDS que permita cumprir o programa  de ajuda externa e que esse acordo preveja eleições antecipadas a partir de junho de 2014.

“Na semana passada, todos fomos confrontados, de forma inesperada, com uma grave crise política. Os efeitos fizeram-se sentir de imediato no aumento das taxas de juro e na deterioração da imagem externa de Portugal” declarou no início do seu pronunciamento o presidente português.

Cavaco Silva defendeu, numa comunicação feito ao país nessa noite, que a realização imediata de eleições legislativas antecipadas “seria extremamente negativo para o interesse nacional”.

Cavaco chamou atenção para o momento e que o país está vinculado a um “exigente Programa de Assistência Financeira estabelecido com a União Europeia e com o Fundo Monetário Internacional, instituições que nos têm vindo a emprestar os recursos necessários ao financiamento do Estado”.

O presidente afirmou que ouviu todos os partidos, mas que a política programada pelo governo estaria em risco em caso de eleições. “Iniciar agora um processo eleitoral pode significar um retrocesso naquilo que já foi conseguido e tornar necessário um novo programa de assistência financeira. Os sacrifícios dos Portugueses, em parte, teriam sido em vão”, e defendendo que “um ato eleitoral nesta conjuntura, seria difícil reconquistar a confiança dos mercados a tempo de concluir com êxito o Programa de Ajustamento, em junho de 2014”.

Segundo Cavaco, o País necessita urgentemente de um acordo de médio prazo entre os partidos que subscreveram o Memorando de Entendimento com a União Europeia e com o Fundo Monetário Internacional, PSD, PS e CDS. “É esse o caminho que deveremos percorrer em conjunto. Darei o meu firme apoio a esse acordo, que, na atual conjuntura de emergência, representa verdadeiramente um compromisso de salvação nacional”.

Na sua declaração de cerca de 20 minutos o chefe de Estado nunca se referiu explicitamente à solução apresentada publicamente pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no sábado e que passava pela subida do líder do CDS-PP e ministro demissionário dos Negócios Estrangeiros a vice primeiro-ministro, referindo apenas que “o atual Governo se encontra na plenitude das suas funções”.

Manifestando a convicção de que os partidos colocarão o interesse nacional acima dos interesses partidários, nomeadamente devido “gravidade extrema da situação” em que o país se encontra, o chefe de Estado terminou a sua comunicação ao país dizendo ter esperança num futuro melhor.

Confira o pronunciamento do Presidente na íntegra AQUI >>

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