Mundo Lusíada
O Comissário Europeu, Antonio Vitorino, durante sessão plenária na Conferência Metropolis promovida nos Açores, afirmou que existem contratempos para a política imigratória, citando por exemplo a migração que vem do terceiro mundo sem uma política definida. Sem especificar culpados, afirmou que os países da União Europeia não regulam o mercado de trabalho.
Segundo Vitorino, a comissão já apresentou três propostas voltada a política de trabalhadores, mas a mesma ainda não foi votada, está parada. Assim, não há uma transparência de como os países europeus regem a política de admissão. Como exemplo, citou um imigrante que reside em um país europeu, se quiser ir para outro país vizinho, é necessário passar por um novo processo de admissão, já que os países membros não têm uma coordenação interna sobre os imigrantes. Ou seja, cada estado membro é livre de decidir quais imigrantes se mantêm legais ou ilegais.
De acordo com sua explanação, a primeira preocupação é a conseqüência da ausência de uma política coordenada na Comissão Europeia. Os estados-membros não confiam na política imigratória da Comissão, mas também não confiam uns nos outros, afirmou.
Conforme debates expostos na conferencia Metropolis, problemas de imigração são sentidos em diferentes partes do mundo. Muitos países no passado se orgulhavam das grandes imigrações, mas hoje estão surgindo questões problemáticas e formas de xenofobia, as quais os governos devem enfrentar. “A imigração faz parte do mundo globalizado e integrado que criamos” afirma o embaixador William Swing, diretor geral da Organização Internacional para Migração (IOM na sigla em inglês). Segundo ele, as questões migratórias no futuro serão diferentes dos cenários atuais.
De Portugal, a acadêmica da Universidade de Lisboa, Maria Lucinda Fonseca, afirmou que quanto mais seguro e estável o Estatuto dos imigrantes, maior o relacionamento inter-étnico. Sobre o tema, ela defendeu que a diminuição do preconceito deve passar pela integração de associações e organizações, com medidas que discutam religiosidade/diversidade.
As trocas entre imigrantes e nativos demoram a desenvolver, portanto as instituições públicas devem facilitar as diferentes formas de convívio sem quebrar as vivências de origem dos imigrantes. Segundo ela, as políticas de intervenções municipais devem incluir projetos com o objetivo de uma troca aberta e respeitosa. “Nem sempre é fácil” menciona, mas cita a importância da inclusão social na política de integração, em prol de toda a sociedade.
WORKSHOPS
Além das sessões plenárias no Teatro Micaelense, os participantes da Conferencia Metropolis puderam acompanhar tardes de estudos, nas dependências da Universidade dos Açores, com a apresentação de estudos variados dentro do tema de migrações, através de workshops realizados na parte da tarde.
Em um deles, o acadêmico Antonio de Abreu Xavier apresentou dados sobre a comunidade portuguesa na Venezuela. A apresentação foi seguida pela comunidade portuguesa no Luxemburgo, onde se caracteriza desde 1970 a mais importante comunidade estrangeira no país, apresentada por uma universitária.
Da França, Emanuelle Afonso apresentou, num dos workshops integrados a conferência, o Observatório dos Luso-Descendentes. Um movimento de cidadania que apoia portugueses residentes em Portugal e portugueses da diáspora, que queiram manter o interesse sobre a cultura de Portugal.
O OLD é apartidário, apenas auxilia na preservação da identidade portuguesa, inclusive à nova geração. Aos imigrantes em Portugal, a associação oferece cursos de português, e conta com membros também no Brasil. No último 10 de Junho, Dia de Portugal, Camões e Comunidades, o movimento completou um ano de fundação. Para saber mais acesse http://www.old.pt/.
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