Direção do Sporting já teve seis demissões, presidente não se demite

O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho (C), acompanhado por membros do Conselho Diretivo, durante uma conferência de imprensa em que afirmou que a direção do clube e a administração da SAD não se demite, Lisboa, 17 de maio de 2018. ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Da Redação
Com Lusa

A direção do Sporting está ‘presa’ por dois elementos, depois da última saída anunciada pelo vogal Bruno Mascarenhas, que elevou para seis o número de demissões no Conselho Diretivo do clube lisboeta.

O presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting lembrou que, além das demissões do vice-presidente António Rebelo, do vogal Luís Loureiro e dos suplentes Jorge Sanches e Rita Matos na quinta-feira, e de Bruno Mascarenhas, também Vicente de Moura já tinha saído, há um ano, devido a motivos de saúde.

“A Direção é composta por 11 membros, mais dois suplentes e desses 13 já se demitiram seis, por isso, só tem sete membros. Para a direção cair têm de sair mais dois membros, pois só quando atingir cinco é que não tem quórum”, notou Marta Soares.

De acordo com o ponto 37.º dos estatutos do Sporting, “constituem causa de cessação do mandato da totalidade dos titulares do respectivo órgão social”, quando ocorre a cessação do mandato da maioria dos membros do Conselho Diretivo.

Foram eleitos para este órgão o presidente Bruno de Carvalho, os vice-presidentes Carlos Vieira, António Rebelo e Vicente de Moura e os vogais Rui Caeiro, Bruno Mascarenhas, José Quintela, Alexandre Godinho, Luís Roque, Luís Gestas e Luís Loureiro.

A polêmica que envolve o Sporting agravou-se nos últimos dias, depois da derrota da equipe de futebol no domingo, no último jogo da I Liga de futebol, frente ao Marítimo, que fez o clube de Alvalade perder o segundo lugar para o Benfica.

Antes do primeiro treino para a final da Taça de Portugal, em que o Sporting defronta o Desportivo das Aves, a equipe de futebol foi atacada na academia de Alcochete, na terça-feira, por um grupo de cerca de 50 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos e jogadores. A GNR deteve 23 dos atacantes.

Paralelamente, a Polícia Judiciária deteve na quarta-feira quatro pessoas na sequência de denúncias de alegada corrupção em jogos de andebol, incluindo o diretor desportivo do futebol, André Geraldes, que foi libertado sob caução e impedido de exercer funções desportivas.

O cenário agravou-se com as demissões na quinta-feira da Mesa da Assembleia Geral, em bloco, e da maioria dos membros do Conselho Fiscal e Disciplinar, instando o presidente do Sporting a seguir o seu exemplo, mas Bruno de Carvalho anunciou ao fim do dia que se mantém no cargo.

Numa declaração sem direito a perguntas, o presidente ‘leonino’ afirmou que o clube está a ser alvo de uma “campanha interna e externa, sem precedentes” e considera que os interesses do clube ficam mais mais bem defendidos se a sua direção continuar em funções.

Bruno de Carvalho disse que se trata de um “golpe manobrado desde fora, em conluio com atuais dirigentes dos órgãos sociais do Sporting”, e lembrou que a equipe de futebol disputa a final da Taça de Portugal no domingo e a SAD vai lançar um empréstimo obrigacionista nos próximos dias.

Além de rejeitar demitir-se da presidência do Sporting, anunciou que vai processar Ferro Rodrigues, bem como comentadores e jornalistas por o terem “difamado e caluniado” após os atos de violência em Alcochete.

Dívidas

Também o vice-presidente do BCP Miguel Maya disse que a crise que vive o Sporting preocupa a banca e que espera que se normalize em breve a situação do clube. O clube mantém ainda a previsão de uma emissão de dívida para se financiar, apesar da crise que vive.

O Sporting tem vindo a reestruturar a dívida que tem a bancos e, segundo divulgou o Correio da Manhã no início do mês, beneficiou mesmo de um ‘perdão’ de 94,5 milhões de euros do Novo Banco e do BCP na negociação das condições de uma dívida com estas instituições.

Em 07 de maio, na apresentação de resultados do banco, o ainda presidente do BCP, Nuno Amado, recusou explicar a reestruturação da dívida do Sporting, afirmando apenas que a operação foi feita exclusivamente para salvaguardar os interesses do banco.

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