Principais bancos consideram que não há bolha imobiliária em Portugal

Mundo Lusíada
Com Lusa

Os presidentes dos principais bancos consideraram nesta terça-feira, numa conferência em Lisboa, que não há uma bolha imobiliária, avaliando com normalidade o atual ajustamento de preços, depois de anos de pouco investimento imobiliário.

Para o presidente executivo do BCP, Miguel Maya, depois de anos em que bancos retraíram crédito à promoção imobiliária (o BCP esteve mesmo impedido de dar esse crédito por Bruxelas enquanto beneficiou de dinheiro do Estado), o que está a haver é um ajustamento.

“O que se passa é que mercado está mais quente”, afirmou, vincando que Lisboa e Porto não estão já apenas no mercado doméstico, mas no radar do mercado internacional de investimento imobiliário.

Pelo Novo Banco, António Ramalho considerou que o que se passa é decorrente de anos em que havia muito pouco investimento em imobiliário, sem autorizações para construir e licenciar, e é uma situação “gerível”.

“Portugal mesmo no anterior momento não teve bolha imobiliária”, afirmou.

Pablo Forero, pelo BPI, recordou que viveu a bolha imobiliária em Espanha para considerar que “em Portugal a situação é bastante razoável”.

“Claro que há que evitar excessos, mas os bancos estão a fazer um trabalho sério e prudente”, afirmou o presidente do banco detido pelo grupo espanhol Caixabank.

Também o presidente da CGD, Paulo Macedo, considerou que há que distinguir os valores do “imobiliário residencial em Lisboa e Porto e do imobiliário industrial, que tem preços ainda baixos”.

Na conferência organizada pelo Banco de Portugal, o governador, Carlos Costa, citou situações de euforia que podem surgir no mercado imobiliário.

Fusões

O governador do BdP também avisou que as fusões e integrações entre bancos de diferentes países deverão aumentar e que os bancos portugueses se devem preparar para concorrer no espaço europeu.

Carlos Costa disse que a integração financeira a nível europeu é uma realidade que se vai reforçar de futuro e que isso deverá levar a movimentos de consolidação.

“Os movimentos de consolidação transfronteiriça não podem ser ignorados”, afirmou o responsável máximo pelo regulador e supervisor bancário.

Para se defenderem desses movimentos, os bancos “têm de estar preparados para concorrer no espaço europeu” e isso significa terem escala e eficiência, disse Carlos Costa.

Para isso, considerou, os bancos têm de avaliar bem o investimento a fazer, isto quando o capital ainda é escasso, e onde investir, tendo em atenção os centros de decisão.

“Este processo de concentração será tanto mais rápido quanto menos preparados [os bancos] estiverem para concorrerem no espaço europeu”, advertiu.

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