Brasil registra 13.717 casos confirmados da COVID-19 e 667 mortes

Mundo Lusíada

Subiu para 13.717 o número de casos confirmados de coronavírus no Brasil. Foram 1.661 novas confirmações nas últimas 24 horas. O número de óbitos também aumentou, agora são 553, são 114 a mais em relação à última atualização.

A maior parte está em São Paulo, que concentra 371 mortes e lidera a lista nacional com 5.682 casos confirmados da doença. Os números estão consolidados com as informações que foram repassadas pelas Secretarias Estaduais de Saúde ao Ministério da Saúde até às 14h desta terça-feira.

As mortes estão localizadas nos estados do Acre, (1), Amazonas (23), Amapá (2), Pará (5), Rondônia (1), Roraima (1), Alagoas (2), Bahia (12), Ceará (31), Maranhão (4), Paraíba (4), Pernambuco (34), Piauí (4), Rio Grande do Norte (8), Sergipe (4), Espírito Santo (6), Minas Gerais (11), Rio de Janeiro (89), São Paulo (371), Distrito Federal (12), Goiás (5), Mato Grosso do Sul (2), Mato Grosso (1), Paraná (15), Rio Grande do Sul (8) e Santa Catarina (11).

Apenas o estado de Tocantins não tem, até o momento, mortes confirmadas pela doença, mas também registram casos confirmados, assim como todos os demais estados brasileiros.

Em relação ao perfil das pessoas que morreram, 58,1% eram homens e 41,9% eram mulheres. No recorte por idade, 78% tinham mais de 60 anos. Na semana passada, esse percentual era de 90%. Em relação aos fatores, de risco, 289 tinham alguma cardiopatia, 202 possuíam diabetes, 70 apresentavam alguma pneumopatia e 48 experimentavam alguma condição neurológica. As hospitalizações com covid-19 chegaram e 2.931.

Isolamento

A partir do dia 13, os municípios e estados do país que não tiveram ultrapassado o percentual de 50% de ocupação dos serviços de saúde, após a pandemia de coronavírus, podem iniciar uma transição para um formato onde apenas alguns grupos ficam em isolamento.

A medida é recomendada desde que haja oferta de leitos e respiradores, Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para o trabalho de profissionais de saúde e testes de diagnóstico. A recomendação está no Boletim Epidemiológico Especial sobre Coronavírus, publicado na segunda-feira.

O objetivo é promover o retorno gradual a circulação de pessoas, incluindo as atividades de laborais, com segurança, evitando uma possível explosão de casos sem que o sistema de saúde local tenha tempo de absorvê-los e garantir a assistência adequada à população.

Contudo, nos locais que apresentarem coeficiente de incidência 50% superior à estimativa nacional devem manter essas medidas de distanciamento social de todos os setores da sociedade até que os materiais e insumos de saúde sejam suficientes, considerando a possibilidade de ampliação da transmissão do vírus. A iniciativa considera a diversidade do território brasileiro, de Norte a Sul, na perspectiva dos 5.570 municípios.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, explica que medidas devem ser proporcionais à realidade apresentada em cada município, cada região e cada capital. “Discutimos melhor com os estados e municípios de maneira em que não se tomasse medidas idênticas para situações completamente diferentes”, pontuou João Gabbardo.

“Nós criamos parâmetros de circulação de vírus e parâmetros de utilização de leitos que possam possibilitar que o gestor tome essas medidas de quarentena com mais segurança. Para tomarmos essa atitude precisamos estar seguros do ponto de vista de EPIs, leitos de retaguarda, de UTI, e recursos humanos”, destacou o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo.

Até o momento, somente os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Amazonas e Distrito Federal apresentam coeficiente de incidência superior à média nacional, que é de 5,7 a cada 100 mil habitantes. O Brasil, de forma geral, se encontra na fase de epidemias localizadas. A duração e a gravidade de cada fase da pandemia poderá variar dependo da resposta local de saúde pública.

Nos locais onde os casos confirmados não tenham impactado em mais de 50% da capacidade do sistema de saúde, o Ministério da Saúde indica a transição para o Distanciamento Social Seletivo. Nestes casos, apenas alguns grupos ficam isolados, com atenção aos de maior risco de agravamento da doença, como idosos e pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, ou condições de risco, como obesidade e gestação de risco. Nestes casos, pessoas abaixo de 60 anos podem circular livremente, se estiverem assintomáticos.

Em resumo nos locais onde há baixa circulação do coronavírus e, consequentemente, baixa necessidade de uso das estruturas dos serviços de saúde, se garantidas as condicionantes, a retomada da atividade laboral e econômica é possível.

Tratamentos

O Ministério da Saúde acompanha o desenvolvimento de nove ensaios clínicos realizados no país para testar a eficácia e segurança do uso de alternativas no tratamento de pacientes com coronavírus. Participam destes estudos mais de 100 centros de pesquisas, como universidades e hospitais, reunindo 5 mil pacientes com quadros leves, graves e moderados. Ainda neste mês, a expectativa é que resultados preliminares das pesquisas sejam divulgados, abrindo a possibilidade futura do uso de novos medicamentos e terapias no cuidado de pessoas infectadas pela doença.

“Está em curso vários ensaios clínicos para testar esses medicamentos. No curto prazo teremos resultados preliminares ainda no mês de abril para oferecer terapias seguras e eficazes para a população. Temos que pautar as nossas decisões baseadas em evidências científicas. Nós estamos em busca e, com celeridade, vamos dar resposta seguras e eficazes à população”, destacou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Denizar Vianna.

Os principais medicamentos utilizados nos estudos são a Cloroquina e a Hidroxicloroquina associadas ao antibiótico Azitromicina, já usadas contra a malária e doenças autoimunes; a combinação de remédios contra HIV, formada por Lopinavir e Ritonavir; a combinação de Lopinavir e Ritonavir em conjunto com a substância Interferon beta-1b, usada no tratamento de esclerose múltipla; e o Antiviral Remdesivir, desenvolvido para casos de ebola.

Nas próximas semanas deverão ser iniciados os estudos com o corticosteroide dexametasona, com o inibidor de interleucina-6 – tocilizumabe, e com plasma convalescente, que em outros países têm sugerido resultados promissores para combater a infecção viral por meio de seus anticorpos. O chamado plasma convalescente é a parte líquida do sangue que pode ser coletada de pacientes que já se recuperaram da infecção por coronavírus.

Um dos grupos de pesquisa no Brasil, chamado Coalizão Covid-19 Brasil, é formado por hospitais integrantes do Proadi-SUS, como Albert Einstein, HCor, Sírio Libanês, Moinhos de Vento e Alemão Oswaldo Cruz, além da Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (Rede BRICNet) e da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Outra linha de pesquisa é desenvolvida a partir do “ensaio clínico Solidarity”, da OMS, no qual o Brasil, junto a 45 países, se uniu para investigar a eficácia de medicamentos no tratamento da Covid-19. No Brasil, o estudo é coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Também está sendo acompanhado o estudo em desenvolvimento pela Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, em Manaus (AM).

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