União Europeia com mais emprego e menos pobreza em 2016

Mundo Lusíada
Com Lusa

bandeira_uniao-europeiaA União Europeia (UE) registrou este ano mais emprego e menos pobreza, mas terá que continuar a apostar na redução da taxa de desemprego, segundo um relatório divulgado em Bruxelas.

O relatório sobre a situação social e do emprego na Europa (ESDE, na sigla inglesa) agrega os dados do ano, sublinhando que a taxa de desemprego permanece elevada (8,6% em outubro), o mesmo se verificando com a de desemprego jovem (20%)

Já a porcentagem da população da UE em risco de pobreza e exclusão social atingiu o valor mais baixo dos últimos cinco anos (23,7%).

O relatório destaca ainda que a taxa de emprego alcançou este ano um valor recorde (71,1%).

Bruxelas tem ainda em conta que em 2015 e nos primeiros nove meses de 2016, o número de pedidos de asilo apresentados na UE rondou os 2,2 milhões.

“Os refugiados enfrentam múltiplos obstáculos à sua integração no mercado de trabalho, decorrentes de níveis de qualificações baixos e de conhecimentos linguísticos insuficientes”, lê-se no relatório, que aponta o investimento na formação e nas competências linguísticas como a via para a integração.

Portugal
O ministro português do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, disse que Portugal ainda tem uma taxa “demasiado elevada” de pessoas em situação de pobreza, apesar da redução em meio ponto percentual, para 19%, entre 2014 e 2015.

Para Vieira da Silva, a variação de meio ponto percentual foi “provocada por uma melhoria das condições da economia, do mercado de trabalho, dos rendimentos que as pessoas têm na sua atividade”.

“Isso é um aspecto positivo, ter havido essa diminuição, (…) mas também há alguns indicadores menos positivos. Nós continuamos com uma taxa de pobreza superior à que tínhamos há alguns anos e, em termos reais, a diferença é significativa”, assinalou,

Questionado sobre a melhor resposta a dar, Vieira da Silva respondeu que “não há nenhuma solução mágica” e que a sociedade “não pode ser agir só numa dimensão”.

“Tem que ser uma atuação conjugada, de todas as áreas e uma vontade da sociedade portuguesa de corrigir estes desequilíbrios”, sustentou o ministro.

Para o presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal, porém, os números do Instituto Nacional de Estatística sobre a pobreza divulgados “não correspondem de facto à leitura real” e “não é bem verdade” que o país esteja mais rico.

“A realidade é outra. Não há aqui uma identificação dos números com a realidade, porque sabemos que o tempo da ‘troika’ teve um impacto de empobrecimento geral do país”, criticou o presidente Jardim Moreira, lembrando que “as pessoas ficaram sem capacidade de compra e com menos dinheiro para poder sustentar as suas vidas”.

A taxa de risco de pobreza diminuiu em Portugal em 2015, ano em que esta situação afetava quase dois milhões de portugueses, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), uma taxa que corresponde à proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos anuais (por adulto equivalente) inferiores a 5.268 euros (439 euros por mês).

A taxa de risco de pobreza voltou a aumentar para a população idosa, passando de 17% em 2014, para 18,3% em 2015, e para os reformados, com uma taxa de 16%, contra os 14,4% no ano anterior.

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