Portugal terá déficit de 3% em 2015 mas Comissão Europeia aponta risco de incerteza política

Mundo Lusíada
Com Lusa

Populares protestam durante a sessão plenária na Assembleia da República, 11 de julho de 2013. Foto: JOSE SENA GOULAO / LUSA
Foto: JOSE SENA GOULAO / LUSA

Bruxelas melhorou em 05 de novembro a sua previsão para o déficit orçamental de Portugal em 2015, esperando que fique nos 3%, uma melhoria insuficiente para retirar o país do Procedimento dos Déficits Excessivos (PDE).

A Comissão Europeia está ligeiramente mais otimista e estima, nas previsões divulgadas, que Portugal cresça 1,7% este ano, acima da estimativa do Governo, mas alerta que um período prolongado de incerteza política pode enfraquecer a recuperação econômica.

Nas previsões de outono, divulgadas nesta quinta-feira, Bruxelas revê em alta a perspectiva de crescimento para Portugal: na primavera o executivo comunitário apresentava uma estimativa de um crescimento igual à do Governo (de 1,6%), mas agora é ligeiramente mais otimista, antevendo que o Produto Interno Bruto (PIB) aumente 1,7% este ano.

No entanto, a Comissão Europeia admite riscos que podem levar a revisões em baixa do cenário macroeconômico no curto prazo: “Um período prolongado de incerteza política pode enfraquecer o clima de negócios e a confiança do consumidor”, alerta.

Nesse sentido, Bruxelas revê ligeiramente em baixa a previsão de crescimento econômico para o próximo ano, também em 0,1 pontos percentuais. Na primavera antecipava um aumento do PIB de 1,8% em 2016, agora estima um crescimento de 1,7%, sendo que apenas em 2017 prevê um crescimento econômico de 1,8%.

Além da incerteza política, o executivo comunitário destaca também como riscos ao cenário macroeconômico a “ineficiente implementação de políticas que reduzam o fardo da dívida do setor privado” e refere que indicadores de curto prazo apontam para uma desaceleração do crescimento econômico.

Bruxelas aponta ainda que a procura privada continuou a ser o principal contributo para o crescimento econômico este ano e que o “forte crescimento” das exportações foi anulado por um “crescimento ainda mais forte das importações”, tendo assim um contributo negativo para o PIB.

“O elevado conteúdo importado nas exportações portuguesas está a complicar o ajustamento externo da economia, particularmente num contexto de uma procura interna vibrante”, alerta a Comissão Europeia.

Ainda assim, o excedente das contas externas deve “aumentar ligeiramente para perto de 0,5% do PIB em 2015 e 2016, devido principalmente às condições do mercado” e descer para 0,3% em 2017, escreve o executivo comunitário nas previsões de outono.

Já no que diz respeito à inflação, a Comissão estima que, até setembro, o efeito do baixo preço do petróleo tenha sido “compensado largamente” pela depreciação do euro e pelo impacto da introdução dos impostos da fiscalidade verde.

Assim, Bruxelas estima que a inflação suba para 0,5% (uma revisão em alta em 0,3 pontos percentuais) em 2015, aumentando gradualmente até 1,3% em 2017.

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