Documentário retrata a história de madeirenses no Brasil

Nelly_CIMadeirenses

Mundo Lusíada

A pós-doutoranda em História, Nelly de Freitas trabalha sobre a imigração madeirense em São Paulo desde 2006, quando iniciou seu doutorado na Universidade Paris-Sorbonne (França).

Após defender a tese (em Abril de 2013) e instalar-se no Brasil, continuou a estudar essa temática trabalhando com as cartas de chamada e as correspondências dos imigrantes madeirenses no Brasil (documentação encontrada no acervo do Museu da Imigração de São Paulo e no arquivo Regional da Madeira – Funchal). O objetivo da pesquisadora é “Escrever a história da mobilidade madeirense no Brasil”.

A ideia do projeto atual é reunir entrevistas com madeirenses que vieram para o Brasil nos anos 50 e 60, e depois, após transcrever e analisar as entrevistas, elaborar um documentário sobre a presença madeirense em São Paulo que será apresentado na Casa Ilha da Madeira de São Paulo. O projeto iniciado em maio de 2016 tem planejamento para ser finalizado e apresentado entre final de 2018 início de 2019.

“Antes de ter este projeto, comecei as entrevistas e já são mais de 40 pessoas. Alguns deles vêm sempre na Casa Ilha da Madeira, e outros que moram longe nunca vêm. Tem de tudo, homens e mulheres” diz ela que usou ainda como critério para seleção dos entrevistados não ter chegado ao Brasil muito jovem para ter lembranças da Madeira.

“Dessas pessoas que chegaram nos anos 50 e 60, a maioria veio para São Paulo, a maioria tinha algum parente, tio, primo, vizinho que o chamaram através da Carta de Chamada, e começaram a trabalhar com os familiares. Depois foram juntando dinheiro e chamando a própria família, muitas vezes os homens vinham sozinho e depois chamavam as mulheres e os filhos, compravam seus próprios negócios” diz a historiadora que chama a atenção para exemplos de sucesso no empreendedorismo, como exemplo do Sr. Acácio que infelizmente veio a falecer, mas participou do projeto, e era dono de uma empresa de mármore.

“O estudo mostra uma ajuda familiar, de vizinhança, também da própria comunidade, uma vez que se chegava aqui para começar a vida. E muitos não se naturalizaram, continuam portugueses até hoje” conta.

A ideia é exibir o documentário na Casa Ilha da Madeira, para toda a comunidade, e também na faculdade da Nelly Freitas, que é a PUC de São Paulo, além de levar para fora. “Na Madeira tem um centro de pesquisa, a ideia é levar para lá também”.

Nelly, que conta com uma bolsa da FAPESP (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo) do Governo de São Paulo para realização do estudo, conta ainda com Maria Izilda Santos de Matos, professora de história da PUC SP, na supervisão desse trabalho.

4 Comments

  1. Parabéns pela iniciativa! Meus avós maternos também vieram da Ilha da Madeira, fugindo da guerra, já q alguns dos meus 8 tios estavam em idade de servir o exército. Instalaram-se na cidade de Santos-SP. A maioria procurava os morros para morar , e alguns ainda moram, por ter semelhança com a vida na Madeira. Uma história de luta e superação!

  2. Parabéns…meu pai veio da Ilha da madeira com toda sua família exatamente no ano de 1950.
    Hoje mora em Santos e a vida toda foi empresário no ramo naval honrando as origens do sangue luso.
    Abs

  3. Não sei se já terminou o ciclo de entrevistas, mas meus pais são madeirenses e eles vieram para o Brasil nos anos 60 quando tinham seus 18 e poucos anos, por isso eles lembram muito bem da Madeira antes vir para São Paulo.

    Caso tenha interesse em falar com eles, avise!
    [email protected]
    Abs!

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