Em Fátima, Cardeal de Aparecida destaca devoção mariana que une Portugal e Brasil

A imagem da Nossa Senhora na Procissão das Velas durante a Peregrinação Internacional de 12 e 13 de maio no Santuário de Fátima, este ano presididas por D. Raimundo Damasceno Assis, cardeal arcebispo brasileiro de Aparecida, Fátima, 12 de maio de 2015. PAULO NOVAIS/LUSA
A imagem da Nossa Senhora na Procissão das Velas durante a Peregrinação Internacional de 12 e 13 de maio no Santuário de Fátima, este ano presididas por D. Raimundo Damasceno Assis, cardeal arcebispo brasileiro de Aparecida, Fátima, 12 de maio de 2015. PAULO NOVAIS/LUSA

Da Redação
Com agencias

O cardeal-arcebispo de Aparecida, D. Raymundo Damasceno Assis, destacou em Fátima os “especiais vínculos de fraternidade e de fé” que unem a “querida pátria Lusitana e o Brasil, Terra de Santa Cruz”.

“Sem dúvida que o vínculo mais forte é o da fé católica. Mais forte, ousaria dizer, do que a língua comum, que nos permite comunicar com facilidade. E, no âmbito da fé que nos une, destaca-se o amor filial e a devoção à Virgem Santa Maria”, observou o cardeal brasileiro, na missa de encerramento da peregrinação internacional de maio deste ano.

Portugal e Brasil, recordou D. Raymundo Damasceno Assis na sua homilia enviada à Agência ECCLESIA, estão especialmente unidos por dois “eventos marianos”, separados por 200 anos. No Brasil, com “o encontro extraordinário da imagem milagrosa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida”; enquanto “em Portugal, em 1917”, com “a milagrosa aparição de Nossa Senhora aos três pastorinhos: Lúcia, Jacinta e Francisco”.

“Os detalhes das devoções que se formam são diferentes, aqui e lá, mas é comum o rico e profundo ambiente de oração que se cultiva e cresce”, complementou o antigo presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

O início das cerimônias da peregrinação internacional de maio, dia 12 em Fátima, foi marcado pela entronização de uma imagem de Nossa Senhora Aparecida no agora santuário português, sinal da “união” entre Portugal e Brasil. A cerimônia engloba as comemorações dos 300 anos do ‘achamento’ da imagem da ‘Mãe Aparecida no rio Paraíba do Sul’, que será assinalado em 2017, ano do centenário das aparições de Fátima, e poderá contar com a presença do Papa Francisco.

Nas palavras que levou aos milhares de peregrinos no recinto principal do Santuário de Fátima, D. Raymundo Damasceno Assis enalteceu ainda a mensagem que Nossa Senhora deixou na Cova da Iria, que quase 100 anos depois continua a ser um convite continuo a buscar a paz. “Os acontecimentos que aqui se deram ao longo de 1917, quando o mundo assistia às atrocidades da Primeira Guerra Mundial”, referiu o cardeal brasileiro, “chamam à atenção de um coração humano: o Imaculado Coração de Maria”.

Simplicidade
O arcebispo de Aparecida disse que a Igreja não pode afastar-se da simplicidade e desaprender as lições das mensagens de Fátima e de Aparecida. “A fragilidade é o meio escolhido por Deus para realizar a sua obra. A Igreja deve sempre lembrar que não pode afastar-se da simplicidade”, afirmou o cardeal Raymundo Damasceno Assis, no Santuário de Fátima, na homilia da missa que sucedeu à procissão das velas, momento em que cerca de 200 mil peregrinos iluminaram o recinto.

Abordando os acontecimentos que levaram à criação dos dois santuários, o arcebispo referiu que “em Aparecida, com justiça, viu-se na cor negra da imagem a sua compaixão e a solidariedade com os sofridos escravos e seus descendentes” e em Fátima “a oração e os sacrifícios pelos pecadores”.

Remetendo às palavras do papa e à história da Virgem Aparecida, o cardeal notou que Deus “dá uma mensagem de recomposição e unidade, que requer da nossa parte paciência”, que “o povo simples e piedoso encontra sempre espaço nas suas vidas para a manifestação de Deus”, que a todos protege, e que a fé, quando autêntica, “traz consigo a necessidade de ser partilhada”.

Após a eucaristia, começou o envio da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, que esta quarta-feira inicia uma visita de 12 meses às dioceses portuguesas, no âmbito dos preparativos para as comemorações do centenário das aparições. A missa foi concelebrada pelo cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, 34 bispos e 275 padres, anunciou o santuário.

Após deixar o Santuário de Fátima, a imagem peregrina fará o seguinte percurso por Portugal: Viseu, Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Bragança-Miranda, Lamego, Coimbra, Guarda, Portalegre-Castelo Branco, Setúbal, Évora, Beja, Algarve, Santarém, Lisboa, Madeira, Aveiro, Açores, Porto, Leiria-Fátima.

Papa lembra Fátima
No Vaticano, o Papa assinalou neste 13 de maio a memória da primeira das aparições de Fátima, junto de uma imagem de Nossa Senhora, convidando os católicos a manter viva esta devoção.

“Neste dia de Nossa Senhora de Fátima, convido-vos a multiplicar os gestos diários de veneração e imitação da Mãe de Deus. Confiai-Lhe tudo o que sois, tudo o que tendes; e assim conseguireis ser um instrumento da misericórdia e ternura de Deus para os vossos familiares, vizinhos e amigos”, afirmou, durante a audiência pública semanal que decorreu na Praça de São Pedro.

“Agora, peço ao meu irmão português que, neste dia de Nossa Senhora de Fátima, reze em português uma Ave-Maria à Virgem, com todos em silêncio”, disse de improviso, depois de saudar os peregrinos lusófonos presentes no Vaticano, divulgou a agencia Ecclesia.

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