Descontrolado: Fogo em várias aldeias do Fundão continua a progredir com intensidade

Mundo Lusíada
Com Lusa

O incêndio que afeta a Serra da Gardunha, Fundão, continua a avançar “com muita intensidade, numa área gigante”, havendo várias aldeias na linha do fogo e alguns pomares de cereja ameaçados, afirmou o presidente da Câmara.

O incêndio, que começou em Castelo Branco, no domingo, e que alastrou ao território do Fundão, “continua a lavrar com muita intensidade”, com “frentes descontroladas”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes.

Nesta manhã, os operacionais estavam a tentar “atacar algumas dessas frentes”, aproveitando a descida da temperatura, mas “a situação continua muito grave e as chamas muito fortes”, explicou o autarca.

“Há várias aldeias na linha do fogo: Alcongosta, Souto da Casa, Alpedrinha e depois, dentro de Souto da Casa, que é sede de freguesia, há várias anexas que podem estar também em perigo”, referiu Paulo Fernandes, frisando que “o fogo está a espalhar-se por uma área muito grande com várias localidades”.

Até ao momento, há uma casa de primeira habitação afetada pelas chamas e “várias casas de segunda habitação, em Castelo Novo e Alpedrinha”, com algumas a ficarem “inabitáveis”.

Alguns pomares de cereja – produto com grande impacto na economia local – “estão a ser afetados pelas chamas, mas ainda não é em grande quantidade”, afirmou à Lusa o presidente da Câmara do Fundão.

No entanto, o incêndio “está-se a aproximar” de uma zona de pomares, acrescentou, aclarando que se procura combater as chamas nesse “ponto crítico”.

De acordo com Paulo Fernandes, os quatro bombeiros que sofreram ferimentos ligeiros durante a noite já tiveram alta.

A Câmara Municipal do Fundão, ao princípio da noite de segunda-feira, acionou o Plano de Emergência Municipal.

Segundo a página da Proteção Civil na internet, o incêndio que afeta o concelho do Fundão mobilizava, às 10:45, 335 operacionais, 98 meios terrestres e seis meios aéreos.

Ontem, o presidente da Câmara apelou às autoridades nacionais para procederem ao reforço de meios de combate na Serra da Gardunha há quase dois dias “completamente descontrolado”.

55 Feridos
O número de feridos registados desde quarta-feira devido aos incêndios subiu para 55, com as ocorrências de Louriçal do Campo e Vila de Rei a serem as que mais operacionais mobilizam no terreno.

Segundo a adjunta de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Patrícia Gaspar, destes 51 são leves e quatro graves, e que são contabilizados desde quarta-feira, dia em que começou o primeiro incêndio em Abrantes e teve início o maior número de ocorrências.

Na segunda-feira registaram-se 148 incêndios, descendo assim o número registrado nos últimos dias, que tinha sido superior a 200 ocorrências. Destes 148 incêndios, os distritos com maior número foram Porto (47), Braga (14) e Viseu (14).

Desde as 00:00 de hoje, registaram-se 30 ocorrências, entre as quais se contabilizam as de maior dimensão em Louriçal do Campo e Vila de Rei (Castelo Branco). Estas duas ocorrências estão a mobilizar mais de mil operacionais.

De acordo com Patrícia Gaspar, na segunda-feira foram acionados Plano Municipais de Emergência da Proteção Civil, subindo para seis os que estão atualmente em vigor. No terreno, permanecem 620 militares da Marinha, do Exército e da Força Aérea e os meios aéreos continuam a contar com o apoio do avião de Marrocos e dos oriundos de Espanha.

Castelo Branco
Dois incêndios no distrito de Castelo Branco eram, às 14:32, os únicos em curso, mobilizando estas ocorrências mais de 400 operacionais, segundo fonte da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC).

O incêndio em Louriçal do campo, no distrito de Castelo Branco, está a ser combatido por 375 operacionais, apoiados em 103 veículos, além de vários meios aéreos.

Às 13:30 começou um incêndio Oleiros, Amieira, também no distrito de Castelo Branco. Para combater este fogo estão mobilizados 62 operacionais, apoiados em 13 veículos e quatro meios aéreos a operar.

Também os dois incêndios que lavraram em Fontes e Carvalhal, no concelho de Abrantes, distrito de Santarém, entraram em “fase de resolução” ao início da noite.

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