Pesquisa: Brasil supera expectativa de estrangeiros

Pesquisa encomendada pelo Ministério do Turismo revela aumento de 18,4% no principal indicador da satisfação do estrangeiro.

 
Da Redação

Um estudo do Ministério do Turismo revelou que viagem para o Brasil supera a expectativa de um em cada três estrangeiros. Pela primeira vez na série histórica do levantamento, o percentual dos entrevistados que dão a nota máxima para o Brasil atinge os 31,5%. É o que mostra o resultado da pesquisa o Estudo da Demanda Internacional no Brasil,  do governo em parceria com a Embratur, à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).

Mais de 300 pesquisadores percorreram por dez meses 15 aeroportos brasileiros e 12 fronteiras terrestres para coletar 39 mil entrevistas que caracterizam e identificam consumidores de turismo internacional no Brasil.

O número de estrangeiros que atribuíram ao turismo no Brasil o nível máximo de excelência cresceu 18,4%: passou de 26,6%, em 2009, para 31,5% em 2010. Para o ministro do Turismo, Gastão Vieira, a conquista cria “‘propaganda’ do Brasil no exterior, na medida em que as redes sociais são um termômetro das opiniões, interesses e escolhas dos viajantes, apontando, inclusive, tendências de comportamento e ganhando importância na hora de decidir qual será o próximo destino de viagem”.

Segundo a pesquisa, a internet é a principal fonte de informações sobre turismo para 30,9% dos viajantes pesquisados. O boca-a-boca também continua sendo importante: 28,4% afirmaram consultar a opinião de parentes e amigos na hora de escolher para onde ir.

O índice que mostra a pretensão de retornar ao Brasil, segundo o ministro Gastão Vieira, revelou que “o Brasil é um país que fideliza o turista: 96% deles pretende voltar ao país”. O ritmo de crescimento do fluxo de visitantes confirma os números: “estamos nos preparando para bater o recorde de chegadas internacionais, de 5,1 milhões em 2010 para no mínimo 5,4 milhões em 2011; com crescimento da entrada de dólares, de US$ 5,9 bilhões para US$ 6,7 bilhões em 2011”, destacou Vieira.

SEGMENTOS E DESTINOS

O mapeamento do MTur revelou a descentralização do turismo no Brasil, ampliando o leque de municípios beneficiados pelo setor. Enquanto expoentes do turismo no Brasil mantiveram suas posições, novos destinos subiram no ranking de destinos mais procurados para lazer. Parati (RJ) e Cairu (BA) apresentaram crescimento de 37% e 64%, respectivamente, na movimentação de turistas estrangeiros em comparação com 2004.

Lazer é o principal motivo de viagem para 46,1% dos entrevistados, enquanto para 23,3% a motivação está relacionada a negócios, eventos e convenções. Entre os que entram no país por transporte terrestre, 84,3% vêm para descansar e curtir o Brasil.

Por outro lado, a região Sul do país é a segunda mais visitada por turistas que chegam para fazer negócios e participar de eventos e convenções. Rio Grande do Sul e Paraná, depois do Rio de Janeiro e São Paulo, são os estados que mais recebem estrangeiros com essa motivação.

Quando consideradas apenas as viagens a lazer, os estados mais procurados são, nesta ordem, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Bahia. Pelo mesmo motivo, as cidades mais visitadas são: Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu, Florianópolis, São Paulo, Búzios e Salvador.

Florianópolis apresentou o aumento mais significativo: a preferência pelo destino cresceu 55% de 2004 para 2010. O turismo inter-regional, segundo o ministro Gastão Vieira, está na base da movimentação de visitantes no país: “os países que fazem fronteira com o Brasil são os nossos maiores emissores de turistas. Por isso viemos investindo em aeroportos regionais e rodovias, que são portas de entrada dos nossos vizinhos. Vamos captar recursos e buscar crédito para estas finalidades. Os recursos para acessibilidade e sinalização turística estão garantidos, e dependem de projetos e demandas das cidades”, garantiu.

Mais da metade dos entrevistados (60,2%) disse que a tradicional combinação de sol e praia continua sendo a preferida na hora de fazer uma viagem de lazer. Natureza, ecoturismo e aventura é o principal motivo de viagem para 26,9% dos entrevistados, segmento que registrou crescimento de 7,6 pontos percentuais de 2005 para 2010.

PROCEDÊNCIA E GASTO MÉDIO

Cerca de 46% dos visitantes internacionais são sul-americanos, 31% são europeus e 15% vêm da América do Norte. Os três continentes respondem, juntos, por 70% do receptivo internacional do Brasil. Apenas dois países – Argentina e Estados Unidos – são responsáveis por 40% do receptivo brasileiro.

Os europeus gastam, em média, U$ 1.614,00 – três vezes mais que os sul-americanos em viagem ao Brasil. O tempo de permanência dos europeus também é 2,5 vezes maior que o tempo de estadia dos sul-americanos – 24,3 dias contra 10,3 dias. Os norte-americanos gastam U$ 1.382,00 e ficam no país por, em média, 19,5 dias.

O gasto diário de visitantes que vêm para o turismo de lazer é de U$ 70,53. Entre os viajantes de negócios e eventos, o gasto sobre para U$ 119,38 ao dia. A permanência média em viagens de lazer é de 12 dias, enquanto no segmento de negócios, o tempo de viagem é de 12,7 dias.

Os entrevistados, residentes no exterior em viagem ao Brasil, foram abordados em salas de embarques de aeroportos internacionais e postos da polícia Federal em saídas por fronteiras terrestres, durante os períodos considerados de alta, média, baixa e média-baixa estação de turismo no Brasil.

A pesquisa também revelou que 96% dos visitantes manifestaram o desejo de voltar ao Brasil. Os itens de infraestrutura mais bem avaliados foram hospitalidade (98%), gastronomia (96%), restaurantes (95%) e hotéis (94%). As piores avaliações são para preços (apenas 60% consideraram positivos), rodovias (66,4%), telefonia e internet (73,8%) e sinalização (76,5%).

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