Por Ígor Lopes
Do Rio para Mundo Lusíada
O ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, o ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, ambos de Portugal, e o governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, fecharam um acordo, na sexta-feira, 16 de setembro, que determina uma cooperação técnica com a empresa pública portuguesa Carris, que será responsável pela recuperação dos bondes de Santa Teresa, umas das principais atividades turísticas no Rio.
Em nota divulgada pela assessoria de imprensa do governo do Estado do Rio, Sérgio Cabral lembrou da importância dos bondes no contexto cultural carioca e a necessidade de se revitalizar esse meio de transporte.
“Os bondes fazem parte do cartão postal da cidade do Rio de Janeiro. Nós temos a obrigação moral e cívica de retomar o serviço com uma outra qualidade. Os bondes voltarão modernizados com a tecnologia dos elétricos de Lisboa, com dignidade, não só para os moradores de Santa Teresa, que tanto lembra bairros portugueses, como também para todo o povo do Rio e do Brasil que ama esse meio de transporte tradicional e característico do bairro. A Carris, inclusive, já administrou esse serviço na década de 40”, disse o governador.
O ministro Miguel Relvas informou na abertura do 6º Encontro de Negócios Brasil-Portugal, em Copacabana, zona Sul do Rio, em setembro, que este acordo deve entrar em vigor em breve.
“A partir de 19 de setembro, a Carris vai trabalhar em conjunto com o governo do Rio para, o mais rápido possível, colocar o elétrico, que aqui chamam bondinho, em Santa Teresa, onde ele deve estar. Trata-se de um cartão de visitas desta bela cidade que é o Rio de Janeiro”, sublinhou Miguel Relvas, que aproveitou para revelar ao Mundo Lusíada que o governo do Rio e de Portugal “vão trabalhar em conjunto para que os bondes, como os elétricos de Lisboa, continuem fazendo parte da nossa história” e que “é preciso valorizar aquilo que fizemos no passado”.
Carris, empresa centenária
A Carris é uma empresa de transporte público de passageiros, fundada em 18 de setembro de 1872. A empresa está ligada ao desenvolvimento da cidade de Lisboa. Segundo o site da empresa na Internet, a Carris, “ao longo do tempo, tem procurado proporcionar à população fixa e flutuante da cidade (Lisboa), uma adequada satisfação das suas necessidades de mobilidade”.
O nascimento da empresa
Em 18 de setembro de 1872 foi fundada no Rio de Janeiro a Companhia Carris de Ferro de Lisboa, o que dotou a cidade lisboeta de “uma rede de transportes públicos coletivos utilizando, na época, o chamado sistema americano: carruagens movidas por tração animal deslocando-se sobre carris”.
Segundo informação institucional, “a missão da Carris é a prestação do serviço de transporte público urbano de superfície de passageiros, orientada por critérios de sustentabilidade, contribuindo para um desenvolvimento que atenda às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades”.
Atualmente, a Carris dispõe de 2761 colaboradores (dados de 31 de dezembro de 2009), sendo 1714 motoristas e 152 guarda-freios que asseguram a condução de uma frota composta por 752 ônibus, 57 elétricos (bondes), três ascensores e um elevador.
Tragédia abalou cariocas
Um acidente no dia 27 de agosto com um bonde em Santa Teresa deixou seis mortos e 57 feridos. Os motivos do desastre estão ainda sendo averiguados pelas autoridades. Os bondes de Santa Teresa só voltarão a funcionar em um ano, segundo informou o presidente do Detro e interventor Rogério Onofre, escolhido pelo governador Sérgio Cabral para reestruturar o sistema. A decisão seria resultado de uma análise sobre as condições dos bondes, realizada por uma comissão interventora.
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