Aldeias do Xisto: Projetos no valor de 20 milhões de euros visam qualificação turística

Da Redação
Com Lusa

 

Entidades privadas de vários concelhos portugueses apostam na qualificação da oferta turística nas Aldeias do Xisto, tendo candidatado aos fundos comunitários projetos que representam 20 milhões de euros de investimento privado.

A Rede das Aldeias do Xisto é um projecto de desenvolvimento sustentável, de âmbito regional, liderado pela ADXTUR- Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto, em parceria com 21 Municípios da Região Centro e com mais de 70 operadores privados que actuam no território.

Até final de abril, foram apresentadas 12 candidaturas ao Programa de Valorização Econômica de Recursos Endógenos (PROVERE), a maioria corresponde a projetos na área do turismo, que, se forem aprovados, vão permitir diversificar e qualificar a oferta, designadamente ao nível do alojamento.

Em Góis, a reabilitação da aldeia do Loural, que integra nove casas de xisto já na posse de um investidor, e a criação de um parque aventura com hospedagem, uma iniciativa da empresa TransSerrano, vai aumentar em cerca de 100 camas o alojamento disponível no concelho.

“Serão novas respostas no alojamento que têm grande relevância para o concelho”, disse hoje à agência Lusa a presidente da Câmara de Góis, Maria de Lurdes Castanheira.

No Loural, o empreendimento de turismo de natureza, que integra o projeto agora apresentado ao PROVERE, é dinamizado pelo empresário Francisco Castanheira Nunes, radicado no estrangeiro, que antes, “com apoio da banca”, comprou terrenos e nove habitações, três das quais já recuperou.

“Independentemente de ter financiamento comunitário, ele avançaria sempre com o projeto”, o qual, sendo considerado um “projeto âncora” da rede Aldeias do Xisto, “tem grandes possibilidades de ser aprovado”, disse Lurdes Castanheira.

No projeto Loural Village, que inclui a recuperação e a reconversão da povoação para fins turísticos, o privado deverá investir “mais de um milhão de euros”, cabendo à autarquia realizar as infraestruturas públicas, obras na ordem dos 300 mil euros financiadas pelo programa Mais Centro.

No centro histórico de Góis, a TransSerrano comprou a Casa da Quinta, que inclui terrenos próximos do rio Ceira, nos quais pretende instalar uma unidade de alojamento, com 70 camas, no âmbito de um projeto que integra um parque aventura.

Em Miranda do Corvo, a fundação ADFP, liderada pelo médico Jaime Ramos, candidatou ao PROVERE um projeto de hotel de quatro estrelas. A unidade hoteleira, com 40 quartos, “deverá custar entre três a quatro milhões de euros”, disse Jaime Ramos à Lusa.

O local escolhido é a Quinta da Paiva, junto ao rio Dueça, onde a Câmara Municipal e a ADFP partilham o desenvolvimento, em diversas vertentes culturais, econômicas, sociais e de lazer, de “um projeto âncora da rede” Aldeias do Xisto (ADXTUR), salientou.

O futuro Hotel Serra da Lousã estará associado ao Parque Biológico com o mesmo nome, que acolhe dezenas de animais da primitiva fauna ibérica.

Góis e Miranda do Corvo acolhem três dos 12 projetos formalizados ao abrigo do Sistema de Incentivos à Inovação do QREN.

“Foram validados 20.615.767 euros de investimento elegível”, segundo informação da ADXTUR. 17 milhões e meio de euros são “repartidos por oito projetos âncora e o restante por quatro projetos complementares”, com incentivos que, em alguns casos, podem ascender aos 75%.

Apenas um dos projetos não é de âmbito turístico, a Ydreams Robotics Global, do Fundão, “que se enquadra no desenvolvimento e produção de soluções tecnológicas”, adianta a agência das Aldeias do Xisto.

Os 12 projetos foram apresentados por entidades de Miranda do Corvo, Oliveira do Hospital, Góis, Pampilhosa da Serra, Covilhã, Lousã, Fundão e Pedrógão Grande.

A ADXTUR integra 26 aldeias de 21 municípios da Região Centro, nos distritos de Castelo Branco, Coimbra e Leiria.

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