Sociedade inclusiva é o “melhor caminho” para evitar terrorismo, diz ministro

Da redação com Lusa

O ministro português da Defesa defendeu hoje que uma sociedade inclusiva é o “melhor caminho” para evitar “situações que possam resultar em atos de terrorismo”, a propósito da detenção de dois iraquianos suspeitos de terrorismo refugiados em Portugal.

João Gomes Cravinho falava aos jornalistas na Base Naval de Lisboa, situada em Almada – na qual presidiu à cerimônia de entrega de diplomas aos 10 novos mergulhadores da Marinha – quando foi questionado sobre a recente detenção de dois iraquianos suspeitos de ligações ao grupo terrorista Daesh (também conhecido como ISIS e Estado islâmico) e que chegaram a Portugal em 2017 ao abrigo de um programa de acolhimento de refugiados.

O ministro começou por dizer que esta é uma matéria da qual teve apenas conhecimento através da comunicação social, adiantando que “o terrorismo é um problema internacional com que Portugal se confronta, como qualquer outro país”.

“Não acredito que os refugiados sejam uma fonte de perigo particular para o nosso país”, frisou, salientando que as duas pessoas em questão são, para já, apenas suspeitas.

“A nossa sociedade tem que ser inclusiva e esse é o melhor caminho para evitar situações que possam resultar em atos de terrorismo que, felizmente, não tivemos em Portugal e acredito que as nossas forças de segurança continuarão a trabalhar para que assim continue”, considerou.

Gomes Cravinho disse ser importante que haja uma “vigilância, por um lado, mas que haja também uma consciencialização por parte daqueles jovens, normalmente, que possam ser radicalizados por sentimentos de ostracismo, marginalização” na sociedade.

“De todas as formas esta questão que também poderia acontecer em relação a pessoas que não são refugiados, que não são migrantes, pessoas inclusive que possam ter nascido em Portugal, como aconteceu em vários países europeus, com certeza que estamos confrontados com essa possibilidade neste mundo em que vivemos atualmente”, vincou.

Os dois homens, de 32 e 34 anos, foram detidos na semana passada por suspeitas de ligações ao grupo terrorista Daesh e estavam a ser monitorizados e vigiados pela PJ desde em 2017, segundo adiantou hoje de manhã uma outra fonte policial à Lusa.

Os homens em causa foram detidos na Grande Lisboa e são suspeitos de terem integrado as milícias do estado islâmico em Mossul, antiga capital do Estado Islâmico (EI) no Iraque.

De acordo com uma notícia avançada na segunda-feira pelo Diário Notícias, Yasser A., era um dos empregados que estavam presentes na visita que o primeiro-ministro, António Costa, e o antigo Presidente da República, Jorge Sampaio, realizaram em janeiro de 2018 ao restaurante Mezze, em Arroios, Lisboa, reconhecido pela integração de refugiados, que também foi visitado por Marcelo Rebelo de Sousa, em junho do mesmo ano.

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