Primeiro-Ministro: Novos ministros asseguram experiência, transparência e continuidade

Da Redação com Lusa

Neste dia 02, o primeiro-ministro, António Costa, defendeu que, apesar de viver “momentos muito difíceis”, o Governo português conseguiu sempre assegurar a estabilidade e uma “trajetória de contas certas”.

António Costa falava cerca de duas horas após ter sido conhecida uma remodelação no executivo para substituir o ministro das Infraestruturas demissionário, Pedro Nuno Santos.

O primeiro-ministro escolheu os atuais secretários de Estado João Galamba e Marina Gonçalves para as funções de ministro das Infraestruturas e de ministra da Habitação, respectivamente.

Com esta opção, aceite pelo Presidente da República, o líder do executivo separa as pastas das Infraestruturas e da Habitação, áreas que até agora foram acumuladas pelo ministro cessante Pedro Nuno Santos.

Os novos ministros asseguram continuidade de políticas, transparência de ação e experiência, evitando-se um “abrandamento” na execução do programa governativo, defendeu Costa em conferência de imprensa, depois de interrogado se a promoção destes dois secretários de Estado a funções de ministros podem ou não indiciar algum esgotamento da capacidade do Governo em recrutar novos elementos fora da esfera do PS.

António Costa, além de recusar essa ideia de esgotamento político ao nível do universo de recrutamento, também rejeitou a tese de que o seu Governo está cada vez mais fechado na esfera do PS.

Perante os jornalistas, o líder do executivo fez uma cerrada defesa no que respeita à adequação do perfil de João Galamba para ministro das Infraestruturas e de Marina Gonçalves para ministra da Habitação.

“O doutor João Galamba, para surpresa de muitos, tem sido um excelente secretário de Estado da Energia, tendo revelado qualidades executivas muito importantes”, sustentou, dando como exemplo a área da transição energética.

De acordo com António Costa, João Galamba “demonstrou capacidade para executar, ter criatividade para resolver problemas e sempre com muita energia, sendo por isso a escolha certa para o lugar certo”.

Quanto a Marina Gonçalves, “imprimiu uma boa dinâmica à política de habitação, numa fase em que esta política estava relativamente ainda embrionária”.

“Neste momento, é absolutamente essencial dar execução aos programas destas duas áreas. Estas duas pessoas têm experiência governativas, têm provas dadas no que respeita à sua capacidade de execução, conhecem os trâmites da administração e já estão habituados a práticas burocráticas que são indispensáveis para garantir a boa transparência na execução do investimento público. Por isso, não serão fator de pausa, mas, pelo contrário, será seguramente uma energia renovada na execução do Orçamento do Estado, onde o investimento público aumenta 18% designadamente na área das Infraestruturas”, referiu.

“Chamo a atenção que, ao longo destes sete anos, os meus governos tiveram sempre um bom equilíbrio entre pessoas com experiência política e outras que provinham da sociedade civil. Caso se olhe para os 55 membros do Governo, cerca de um terço nunca antes exerceram qualquer cargo político”, alegou.

Neste XXIII Governo Constitucional, João Galamba tem desempenhado as funções de secretário de Estado do Ambiente e da Energia, enquanto Marina Gonçalves tem exercido o cargo de secretária de Estado da Habitação.

Tanto João Galamba, como Marina Gonçalves, são destacados socialistas considerados próximos de Pedro Nuno Santos.

Marina Gonçalves, natural de Caminha e licenciada em Direito, foi assessora de Pedro Nuno Santos quando este desempenhou as funções de secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e foi vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS na anterior legislatura.

João Galamba, natural de Lisboa, licenciado em Economia, tem doutoramento em Ciência Política na London School of Economics. No período de liderança de António José Seguro no PS, entre 2011 e 2014, fez parte do chamado grupo dos “jovens turcos”, juntamente com Pedro Nuno Santos, Pedro Delgado Alves e Duarte Cordeiro.

Pedro Nuno Santos, agora substituído por João Galamba e Marina Gonçalves, demitiu-se das funções de ministro das Infraestruturas e da Habitação na passada quarta-feira à noite para “assumir a responsabilidade política” do caso da indenização de 500 mil euros paga pela TAP à ex-secretária de Estado do Tesouro Alexandra Reis.

A demissão de Pedro Nuno Santos foi a terceira ocorrida no Governo na última semana de dezembro e a 11.ª a atingir um membro do executivo socialista de maioria absoluta.

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