Portugal “não pode deixar de continuar o caminho” da sustentabilidade

Da Redação com Lusa

Em Braga, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que Portugal “não pode deixar de continuar o caminho” da sustentabilidade, e elogiou o fato de esta ser “uma prioridade nacional com mais de uma década”.

Para o chefe de Estado, Portugal “teve a coragem de fazer essa opção cedo”, levando assim vantagem sobre outros países que “demoraram a perceber a necessidade de intervenção contra as alterações climáticas, nomeadamente no domínio da energia”.

“[A sustentabilidade] é uma prioridade nacional com mais de uma década, atravessou sucessivos governos. Portugal teve a coragem de fazer essa opção cedo. Apostar na sustentabilidade foi um mérito nacional”, referiu.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que agora é necessário “dar continuidade a esta prioridade”, resistindo “à tentação” de parar ou retroceder que poderia resultar da pandemia de covid-19 e da guerra da Ucrânia.

“O que temos é temos de manter e acelerar, não é parar ou desacelerar, advogou.

O Presidente lembrou que outros países que demoraram mais a perceber a necessidade de intervenção contra as alterações climáticas andam agora “à procura de paliativos e remendos”.

Para Marcelo, não há dúvidas que “o futuro próximo imporá o respeito das metas definidas por Portugal e pela União Europeia”.

O chefe de Estado falava durante a assinatura do Pacto de Mobilidade Empresarial de Braga, um momento que classificou como “histórico”.

Assinado por mais de 30 entidades, o pacto propõe-se agregar empresas, instituições e o município, com o objetivo de estabelecer um ecossistema capaz de catalisar soluções de descarbonização da mobilidade e que a tornem mais inclusiva e tecnológica.

Para alcançar este objetivo, o projeto promove a adoção de ações de mobilidade sustentável ou inclusiva por parte das entidades signatárias.

Esta iniciativa surge na sequência do primeiro Relatório de Sustentabilidade do concelho, realizado pela Câmara Municipal de Braga, em 2019, segundo o qual foi possível determinar que 65% das emissões são oriundas da mobilidade.

Esperança Futuro

O Presidente afirmou que os portugueses têm razões para terem esperança no futuro, apesar das dificuldades decorrentes da guerra na Ucrânia e da pandemia de covid-19.

Em Braga, durante uma visita à construtora DST, o chefe de Estado sublinhou que é a “esperança tradicionalmente ilimitada” dos portugueses “que tem feito mover” o país.

“Neste 10 de Junho, tenhamos uma atitude de esperança e não de desesperança”, apelou.

O Presidente admitiu que “há fatores de desesperança”, como a guerra na Ucrânia e a crise econômico-financeira decorrente e a pandemia de covid-19 que ainda não acabou.

“Há tudo isso e muito, muito mais. Mas é nestes momentos de desesperança que sinto que nós temos tradicionalmente uma esperança ilimitada. Tem sido isso que tem feito mover o nosso país”, disse.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, os portugueses, nas horas da verdade, sabem fazer jus ao ditado que reza que a esperança é sempre a última a morrer.

“Eu tenho esperança no futuro de Braga e tenho esperança no futuro de Portugal (…). Temos razões para ter esperança no futuro (…). Nós que somos tão críticos, tão críticos, tão críticos, mas que nas horas da verdade nos unimos no essencial, mantemos sempre a última coisa a morrer que é a esperança e nunca a deixamos morrer”, reiterou.

Inovação

Também neste dia 08, Marcelo Rebelo afirmou que “não se pode perder tempo” na aposta em projetos de inovação social, considerando que este é “um tempo único” para o fazer

Durante uma visita ao centro de inovação social “Human Power Hub”, Marcelo sublinhou mesmo que “a onda é de inovação social” e que autarquias e o setor social tem de perceber isso mesmo.

“É por aí [inovação] que tem de se andar, e tem de se andar mesmo, rapidamente, e é bom que todo ele perceba isso, de alto a baixo”, referiu.

Para o Presidente, este é “um tempo único, que não pode ser perdido, porque as solicitações são tantas, a pressão é tanta, Portugal é tão convidativo (…) para a inclusão social que se vão multiplicar essas solicitações no futuro”.

“Estes tempos, os próximos anos, são únicos para aproveitar a visão de médio a longo prazo a nível de apoio europeu. São anos únicos para converter estes embriões de projetos em projetos com velocidade de cruzeiro”, reiterou.

Para Marcelo, se se deixar a aposta na inovação social para daqui “10, 15 ou 20 anos”, as condições serão piores.

“Perdeu-se tempo. A pressão é tal do ponto de vista da inovação social que se não pode perder tempo”, rematou.

No âmbito das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o Presidente da República participou no jantar em honra dos autarcas do Município de Braga, no qual estiveram presentes o Presidente da Câmara Municipal, Ricardo Rio, os vereadores eleitos, a Presidente da Assembleia Municipal e os Presidentes das 37 Juntas de Freguesia.

O Presidente e o primeiro-ministro, António Costa, estariam juntos dias 10 e 11 de junho, mas o primeiro-ministro cancelou a sua participação nas comemorações do 10 de Junho em Braga e em Londres por motivos de saúde, entre sexta-feira e sábado, de acordo com um comunicado do gabinete de António Costa, garantindo ainda que o problema de saúde “não é grave” mas requer repouso.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: