Pobreza e desigualdade no Brasil caem mesmo durante a crise, diz Ipea

Entre 2002 e 2009 a região metropolitana do Rio de Janeiro foi a que registrou a maior queda no número de pobres, com 1,4 milhão de pessoas.

Da RedaçãoPortugal Digital

 

A crise econômica atual não aumentou a taxa de pobreza nas regiões metropolitanas do Brasil desde o último trimestre de 2008, aponta pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre desigualdade e pobreza no Brasil durante a crise internacional.

De acordo com o levantamento, ao contrário dos períodos recentes de turbulência econômica (1982/83, 1989/90 e de 1998/99), nos quais a taxa de pobreza aumentou nos meses após a crise, na atual conjuntura esse fenômeno não foi observado, informa a Folha Online.

A desigualdade, medida pelo índice Gini, também manteve sua trajetória de queda, mesmo com o acirramento da crise internacional, destacou o instituto.

Pobreza diminui em todas as regiõesAnálise da evolução da pobreza no país, desde março de 2002 a junho de 2009, indicou tendência de queda em todas as seis regiões metropolitanas pesquisadas.

No período, 4 milhões de brasileiros deixaram a condição de pobreza, passando de 18,5 milhões em 2002 para 4,5 milhões em junho de 2009. (A metodologia identifica a pobreza pelo rendimento médio familiar per capita de até meio salário mínimo mensal.)

De acordo com o Ipea, 42,5% do total da população das seis regiões metropolitanas pesquisadas se encontrava na faixa de pobreza em março de 2002, percentual que caiu para 31,1% em junho de 2009, o que representa recuo de 26,8% na taxa de pobreza.

Entretanto, a velocidade da redução da taxa de pobreza é diferente nas áreas pesquisadas. As regiões metropolitanas de Belo Horizonte (35,5%), Porto Alegre (33,6%) e Rio de Janeiro (31,2%) diminuíram mais rapidamente a taxa de pobreza que a média nacional. Já nas regiões metropolitanas de São Paulo (25,2%), Salvador (23,9%) e Recife (14,1%) a queda foi menos intensa que a média nacional.

Entre 2002 e 2009 a região metropolitana do Rio de Janeiro foi a que registroua maior queda no número de pobres, com 1,4 milhão de pessoas, seguida pelas regiões metropolitanas de São Paulo, com 1,3 milhão, e de Belo Horizonte, com 600 mil pessoas retiradas da condição de pobreza.

Desigualdade O índice de Gini alcançou 0,493 em junho último, o seu menor patamar nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil, conforme dados da PME (Pesquisa Mensal de Emprego) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística).

O índice, que quanto mais próximo de 1 maior é a desigualdade, caiu 4,1% entre janeiro e junho deste ano, registrando a mais alta queda desde 2002, quando o IBGE introduziu esta metodologia à PME. Em março de 2002 o índice estava em 0,534, e caiu 7,6% até junho de 2009, quando ficou em 0,490.

O Ipea salientou que a contaminação da economia brasileira pela crise internacional, ocorrida no último trimestre de 2008, ocasionou uma redução no ritmo de produção e no nível de atividade, gerando desemprego como consequencia.

Entretanto, o instituto destaca que "as trajetórias convergentes de redução da desigualdade e da pobreza não foram, contudo, interrompidas, mesmo durante a crise internacional."

Ao comparar a média da desigualdade nos períodos de outubro de 2007 a junho de 2008 e de outubro de 2008 a junho de 2009, o índice de Gini apresentou queda de 0,4%.

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