Movimentos protestam contra Bolsonaro no Brasil e também em Portugal

Da redação com agencias

Manifestantes de centrais sindicais, entidades estudantis, partidos de oposição, e outros movimentos se reuniram neste sábado (19) em várias cidades do Brasil, em novo protesto contra o governo do presidente Jair Bolsonaro. O novo ato foi marcado após os protestos realizados no dia 29 de maio deste ano.

Lisboa, Braga, Coimbra e Porto, em Portugal, também manifestaram-se neste sábado contra Bolsonaro, segundo as Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, a Coalizão Negra, o Movimento Sem Terra (MST) e demais organizações que compõem a ‘Campanha Fora Bolsonaro’.

Os grupos que convocaram as manifestações defendem também mais investimentos no Sistema Único de Saúde (SUS), nomeadamente de valores para a compra de consumíveis e equipamento hospitalares, a aceleração da vacinação contra a covid-19 e o pagamento de um auxílio emergencial no valor de 600 reais (cerca de 100 euros) para as famílias pobres cujo rendimento foi severamente afetado pela pandemia.

Em Lisboa, gritos de “Fora, genocida” marcaram a concentração de cerca de uma centena de pessoas que esta tarde se juntou no topo do Parque Eduardo VII, em protesto contra o Governo e política do presidente brasileiro.

Os manifestantes, que querem a destituição do presidente brasileiro, foram gritando “Se o povo se unir, Bolsonaro vai cair” e lembraram ainda a revolução portuguesa, gritando “Em Portugal e no Brasil, sempre em defesa dos valores de Abril”.

Mas era no lema do protesto, “Comida no prato, vacina no braço”, que estava o resumo dos principais motivos das manifestações de hoje em todo o mundo.

Entre os organizadores, Elisângela Rocha disse à agencia Lusa que a concentração tinha como objetivo “denunciar a condução criminosa da pandemia” feita por Bolsonaro no Brasil, que acusa de ser responsável por milhares de mortes por se ter recusado a comprar vacinas, mas também o crescimento da fome e do desemprego e o agravamento da crise econômica.

Baseado em Lisboa, o coletivo nota cada vez mais interesse e participação cívica por parte dos brasileiros residentes em Portugal, mas também a solidariedade dos portugueses

Para se diferenciar das manifestações que apoiam o Presidente brasileiro, os opositores e movimentos sociais têm reforçado a necessidade do uso de máscara, álcool em gel e a observação do distanciamento social.

“Vamos para o #19J de máscara, mantendo ao máximo o distanciamento social, levando álcool em gel para nos proteger e proteger os outros”, defendeu uma convocação o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) numa publicação nas suas redes sociais.

Outras capitais europeias, como Berlim, Londres e Dublin, também reuniram brasileiros em protesto contra o presidente Bolsonaro.

Nas cidades brasileiras, manifestantes levaram bandeiras com pedidos de extensão do auxílio emergencial, ampliação da vacinação contra a covid-19, com a inclusão de outros grupos entre os prioritários, aumento das verbas para universidades públicas, ampliação dos subsídios para alimentação da população carente, críticas às políticas ambientais e de apoio a partidos políticos de oposição.

Em Brasília, a concentração foi em frente ao Museu da República e reuniu manifestantes com cartazes e usando máscaras que seguiram para a Esplanada dos Ministérios. No Rio de Janeiro, as manifestações ocorreram na Avenida Presidente Vargas. Em São Paulo, os protestos previstos para a Avenida Paulista.

O presidente brasileiro está a ser investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado, que apura alegadas omissões cometidas pelo Governo brasileiro no combate à doença.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, com mais de 17 milhões de casos confirmados de covid-19. Neste sábado, o país chegou a marca de 500 mil mortos pela doença.

No início da tarde deste dia 19, o total de mortos chegou a 500.022, e o de casos confirmados, a 17.822.659, segundo o consórcio de veículos de imprensa sobre a situação pandêmica no Brasil, a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.

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