Manifesto Contra a Indiferença nasce em Braga para combater a abstenção

Da Redação com Lusa

O Manifesto Contra a Indiferença nasceu em Braga mas defende uma “causa nacional” ao promover o combate contra a abstenção, tendo como objetivo “ajudar a inverter a curva” do abstencionismo “já nas próximas eleições autárquicas”.

Segundo um dos dinamizadores do movimento, Paulo Sousa, aquilo que “começou como uma provocação” conseguiu já adesão de quase todos os partidos políticos que concorrem à Câmara Municipal de Braga (PS, PSD, PAN, Aliança, Livre, CDS-PP Chega!), de “inúmeras personalidades” do concelho e nacionais, jornalistas, sacerdotes, empresários e industriais.

“A nossa aposta é ajudar a inverter a curva da abstenção já nas eleições autárquicas de setembro, acreditamos que este é um objetivo possível, com a ajuda e mobilização da sociedade civil, das juntas de freguesia, das escolas, das empresas, dos próprios partidos políticos”, explicou.

Como exemplo, Paulo Sousa apontou o “forte envolvimento” do setor empresarial: “As empresas e indústrias de Braga aderiram com forte empenho. Nomeadamente ao criarem um panfleto que vai ser distribuído no comércio local a apelar ao exercício do voto”, disse.

Na gênese deste Manifesto contra a Indiferença estão, salientou, os números da abstenção registrados em Portugal: “Os números oficiais, publicados após a realização de cada ato eleitoral, revelam, progressivamente, o aprofundamento do divórcio entre eleitos e eleitores, o que põe em perigo a qualidade da Democracia”, avisou.

“Entre 1975 e 2015, a abstenção nas eleições para a Assembleia da República aumentou oito vezes, atingindo os 45,5% nas Legislativas de 2019. Na ultima eleição para a presidência da República, houve mais de 60% de abstenção. Nas eleições autárquicas, apesar de serem as mais concorridas, o valor médio da abstenção é superior a 40 por cento” enumerou.

Para Paulo Sousa, “é imperativo inverter estes números”.

O Manifesto contra a Indiferença foi enviado aos partidos com assento na Assembleia da República, ao primeiro-ministro e ao Presidente da República: “Esperamos que possam contribuir para transformar esta causa numa causa nacional, ajudando a alcançar o objetivo de reconciliar o país com a participação na vida pública através do exercício do direito de voto”, referiu.

Além do manifesto, o movimento vai organizar, em setembro, a Semana da Democracia, entre 06 e 12 de setembro, ação que contará com debates, conferências, terá a “juventude no centro das atenções”, exposições.

“Apelamos aos partidos que têm sede em Braga que abram as portas a todos os que os quiserem visitar, para que haja diálogo”, salientou.

A Semana da Democracia terminará com uma conferencia dedicada ao “binômio Política/Cidadania” na qual, “se vai tentar perceber como se chegou ao atual panorama da abstenção e como se pode combater esta situação”.

“O objetivo é sair dali medidas concretas e não apenas boas intenções”, finalizou.

Um decreto do Governo marcou as eleições autárquicas para 26 de setembro deste ano. Os imigrantes residentes no país e recenseados também podem votar.

Segundo anunciou a RTP, o primeiro debate irá ser transmitido já na próxima segunda-feira, dia 23 de agosto, com os candidatos à presidência da Câmara de Odemira.

Os debates contarão com a moderação de António José Teixeira, Hugo Gilberto, Vítor Gonçalves e Luísa Bastos e serão promovidos em 22 concelhos de norte a sul do país.

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