Manifestações pró e contra Bolsonaro acontecem no Brasil e exterior

Mundo Lusíada
Com Lusa

O último sábado foi marcado por protestos do “Ele Não” em diversas capitais brasileiras, com eleitores brasileiros contrários a Jair Bolsonaro. E domingo, ficou marcado por manifestações e carreatas do “Ele sim” por diversas capitais brasileiras com brasileiros a favor do candidato.

A uma semana das eleições presidenciais brasileiras, a Praça Luís de Camões, no centro de Lisboa, encheu-se de pessoas, cartazes, bandeiras e música, numa manifestação contra o candidato Jair Bolsonaro, para “derrotar o ódio e pregar o amor”.

“Uma manhã eu acordei e ecoava ‘ele não’, ‘ele não’, ‘não, não, não’. Uma manhã eu acordei e lutei contra uma opressão”, ouvia-se, no Chiado, em Lisboa, com a música de “Bella Ciao”, a canção da resistência anti-fascita italiana.

Cantada num português com sotaque do outro lado do oceano, a canção que se tornou símbolo da luta contra Mussolini, em Itália, e a ocupação nazi, foi hoje o mote para a luta contra o candidato da extrema-direita às eleições presidenciais no Brasil.

Depois de manifestação a favor que ocorreu na última semana, mais de 300 pessoas concentraram-se neste domingo no Chiado para demonstrar o descontentamento contra Jair Bolsonaro, a uma semana da primeira volta das eleições presidenciais brasileiras, que estão agendadas para o próximo dia 07 de outubro.

Quem também se juntou à causa foi a deputada bloquista Joana Mortágua. Na opinião da deputada do Bloco de Esquerda, perante a possibilidade de Bolsonaro passar à segunda volta nas eleições de dia 07, este movimento “é muito importante, porque reuniu milhões de pessoas no Brasil e em todo o mundo”.

“Eu tenho a certeza de que a mensagem vai chegar ao outro lado do oceano”, considerou Joana Mortágua, apontando que este movimento “se tornou absolutamente viral”, pode “ser significativo e marcar a diferença no resultado eleitoral”.

Artistas assinam manifesto contra Bolsonaro, manifestantes apoiam candidato em Lisboa

No sábado, manifestantes saíram às ruas em várias cidades do mundo em protesto ao candidato do PSL com brasileiros e estrangeiros reunidos também em Nova York (EUA), Viena (Áustria), Milão (Itália), Londres (Reino Unido), Paris (França), Berlim (Alemanha), Barcelona (Espanha), além de Porto e Coimbra em Portugal.

Em Brasília, pelo menos 30 mil pessoas – de acordo com as organizadoras – participaram do ato convocado pelo coletivo “Mulheres Unidas contra Bolsonaro”. Na última atualização da Polícia Militar (PM), a mobilização tinha 7 mil pessoas. O protesto foi pacífico.

Já domingo em Brasília, duas carreatas marcaram o apoio a Bolsonaro. Muitos participantes do ato usaram camisetas da Seleção Brasileira, dirigiram os carros com bandeiras do Brasil e buzinavam uns para os outros. A Polícia Militar informou que 25 mil veículos ocuparam as seis faixas da Esplanada durante o ato, somando os diferentes trajetos. Vestidos de verde e amarelo, com cartazes e discursos contra partidos denominados de esquerda e progressistas, manifestantes cantaram o Hino Nacional e organizaram atos em todo o país em apoio ao candidato.

Relação com Portugal

O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira (CCILB), Francisco Murteira Nabo, defendeu que a relação entre Portugal e o Brasil, com o candidato de extrema-direita brasileira, Jair Bolsonaro, no poder, “terá de ser necessariamente má”.

“Eu não sei o que vai acontecer em Portugal nos próximos anos, mas hoje é dos países mais evoluídos democraticamente na Europa, portanto uma relação deste Governo, ou de outro qualquer em Portugal, com o Brasil com Bolsonaro [que lidera as intenções de voto das eleições presidenciais brasileiras marcadas para outubro] no poder terá de ser necessariamente má”, afirmou Murteira Nabo, ex-ministro de executivos do Partido Socialista e ex-presidente da Portugal Telecom, em entrevista à Lusa.

Agora como presidente da CCILB, ele diz estar “muito preocupado com o Brasil em termos políticos”, mas também em termos econômicos, pelo que defende que os candidatos às presidenciais brasileiras com algumas afinidades políticas se deveriam juntar, para fazer convergir votos e evitar uma eleição de Jair Bolsonaro.

Debate

Também neste domingo, os líderes das pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) foram os principais alvos de criticas do penúltimo debate televisivo promovido pela Rede Record, que juntou oito dos 13 candidatos às eleições presidenciais do Brasil.

Jair Bolsonaro, candidato do Partido Social Liberal (PSL) e líder das sondagens, voltou a não participar no debate presidencial por motivos de saúde, apesar de já ter recebido alta médica no passado sábado. Na quinta-feira, o último debate televisivo dos candidatos poderá contar com o candidato, segundo a imprensa brasileira.

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