Governo disponibiliza 230 milhões de euros para produtos de qualidade

O secretário de Estado do Desenvolvimento Rural anunciou em Montalegre, 19 de janeiro, um apoio financeiro de 230 milhões de euros, no âmbito do Quadro de Referência Nacional (QREN), para a produção, divulgação e promoção de produtos de qualidade.

Rui Gonçalves, que falava durante uma visita à Feira do Fumeiro de Montalegre, referiu que cada vez mais os produtos tradicionais ganham importância no mercado nacional e o reconhecimento dos consumidores portugueses. Por isso mesmo, afirma o governante, o Plano Nacional de Desenvolvimento Rural (PNDR) introduziu uma aposta específica nos produtos de qualidade, nos quais se incluem, nomeadamente, os enchidos. Os agricultores vão dispor de 200 milhões de euros para a produção e competitividade e 30 milhões para a divulgação e promoção dos produtos de Denominação de Origem Protegida (DOP), Indicação Geográfica Protegida (IGP) ou produtos biológicos. O PNDR foi o instrumento de referência utilizado para a preparação da programação do FEADER. Este plano prevê ainda uma aposta nas florestas, na olivicultura, nos produtos hortícolas, no vinho e na vinha. Com a adoção de uma política específica de desenvolvimento rural, o Governo pretende combater o abandono e a desertificação que ameaçam as zonas rurais. Organizada pela Câmara de Montalegre em colaboração com a Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã, a feira do fumeiro conta com a presença de 105 produtores que esperam vender cerca de 60 toneladas de alheiras, salpicões, chouriças e presuntos.

A organização espera receber 60 mil visitas e obter um lucro de cerca de 1,25 milhões de euros. Rui Gonçalves afirmou que a Feira do Fumeiro de Montalegre "é seguramente a principal feira de enchidos do país". O vice-presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, afirmou que foram "muitas as mudanças" que a Feira do Fumeiro e do Presunto do Barroso introduziu nos últimos 16 anos no concelho.

Segundo Orlando Alves, a média de idades dos produtores que marcam presença no evento ronda os 40 anos, enquanto nas primeiras edições deste certame a média de idade era superior a 60 anos. "Isto significa que se tem verificado uma saudável renovação ao nível dos produtores, com a assimilação de novos conhecimentos e de novos métodos", frisou.

O autarca considerou que aquela atividade é cada vez mais encarada como "rentável e lucrativa", com um "mercado já feito", que leva a Montalegre milhares de pessoas durante todo o ano à procura dos seus principais produtos, nomeadamente fumeiro, batata e carne barrosã.

Também a nível da hotelaria se registaram "grandes alterações" nos últimos 16 anos. "Quando arrancou o certame, não havia no concelho nenhuma unidade hoteleira e hoje já dispomos de quatro hotéis de quatro estrelas e ainda de várias unidades de turismo rural", frisou o autarca.

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