Eleições: Portas diz que Portugal arrisca voltar à bancarrota com o PS

Mundo Lusíada
Com Lusa

Passos Coelho e Paulo Portas. Foto MIGUEL A. LOPES/LUSA
Passos Coelho e Paulo Portas. Foto MIGUEL A. LOPES/LUSA

O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, declarou que, com o PS, Portugal corre o risco de voltar à bancarrota e questionou a forma como os socialistas pretendem criar emprego.

Paulo Portas disse que, nos últimos quatro anos, o Governo PSD/CDS “não só foi obrigado a tratar da bancarrota”, como conseguiu mudar “o ciclo econômico” e hoje o país está a crescer acima da zona euro, tem as “exportações a bombar” e o “investimento a disparar”, há cada vez maior criação de emprego e, sobretudo, “confiança” na economia.

“Se assim é, por que é que eu hei de correr o risco de voltar atrás e de voltar ao problema com o Partido Socialista?”, questionou, durante uma intervenção no encerramento do IX Congresso Regional do CDS-PP/Açores, na Madalena, ilha do Pico.

O também vice-primeiro-ministro sublinhou que, em quatro anos, Portugal, governado pela coligação PSD/CDS-PP, acabou o programa da ‘troika’ “no primeiro momento possível”, sem pedir “mais dinheiro” ou “mais tempo”, sem segundo resgate ou programa cautelar, alcançou um déficit inferior a 3%, pelo que deixou de ter sanções europeias devido às contas públicas, e até vai antecipar a amortização do empréstimo concedido pelo FMI.

“Antecipamos o pagamento do empréstimo ao FMI pela simples razão de que nós hoje conseguimos financiamento nos mercados a uma taxa de juro bem melhor do que aquela que os socialistas negociaram com o FMI. Há melhor maneira de aplicar o dinheiro, por exemplo, na saúde, na educação ou na segurança social”, afirmou.

Paulo Portas referiu-se ainda a declarações de sábado do secretário-geral do PS, António Costa, sobre o emprego. “O líder do Partido Socialista dizia que fará tudo ou nada pela criação de emprego e eu subscrevo inteiramente. Vamos é perguntar como”, afirmou.

Portas disse que, “para criar emprego, é preciso descer o IRC”, para atrair investimento e criar postos de trabalho, mas “o PS é contra”, e “dar estabilidade às leis laborais”, mas o “PS hesita”.

“Neste momento, Portugal é um país que tem crescimento econômico a melhorar, investimento a disparar, desemprego a diminuir, e com exportações que continuam a bater recordes”, afirmou o Vice-Primeiro-Ministro.

“Portugal de joelhos”
Isso porque o histórico militante do PS Manuel Alegre acusou, no dia 06, a atual maioria de ter colocado “Portugal de joelhos”. “Eles não pensam em Portugal acima de tudo, eles puseram Portugal abaixo de tudo, puseram Portugal de joelhos. Assumem sem pudor o fundamentalismo ideológico do neoliberalismo. Nós não somos Syriza, mas também não seremos PASOK. Somos socialistas, portugueses e com orgulho”, afirmou.

Alegre discursava no segundo dia de convenção nacional do PS para aprovação do programa eleitoral para as eleições legislativas deste ano, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. O antigo deputado criticou as opções do executivo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas relativamente à venda da TAP, à constitucionalização de limites de endividamento ou à recondução do governador do Banco de Portugal.

“Temos de governar pelas pessoas, os direitos sociais, o combate à desigualdade e a defesa da Constituição contra a qual a direita governou, com a bênção de Cavaco Silva”, disse, originando a primeira de duas grandes vaias da plateia, sempre que referiu o nome do Presidente da República.

Para Manuel Alegre, “a verdadeira ‘troika’ é constituída por PSD, CDS e Cavaco Silva”. “Não temos de pedir desculpa por ser quem somos, não temos de andar disfarçados nem falar uma língua que não e a nossa. Não temos de falar ‘tecnocratês’. Vamos falar português, vamos falar socialista”, incitou, apelando para a concentração na defesa do Serviço Nacional de Saúde, do ensino público, dos direitos de trabalhadores e pensionistas e das minorias.

O ex-candidato presidencial independente e poeta aconselhou ainda o líder socialista, António Costa, a falar para os “muitos que não acreditam”, os “milhões de portugueses que sofreram estas políticas, os acabrunhados, os que se interrogam sobre se vale a pena votar no PS”, transmitindo-lhes a “alegria e gosto do combate político”.

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