Eleições: Eurodeputados assinam manifesto de “repúdio” ao candidato Bolsonaro

Mundo Lusíada
Com Lusa

Dezenas de deputados de diferentes grupos políticos do Parlamento Europeu (PE), incluindo portugueses, subscreveram o “Manifesto Internacional contra o Fascismo no Brasil”, expressando “repúdio” pelo candidato de extrema-direita, Jair Bolsonaro.

“Nós, mulheres e homens de várias partes do mundo comprometidos com a democracia e os direitos humanos, expressamos o mais profundo repúdio ao candidato de extrema-direita, Jair Bolsonaro, que disputa a segunda volta da eleição presidencial no Brasil no próximo 28 de outubro”, lê-se no manifesto subscrito, entre outros, pelos eurodeputados comunistas João Ferreira, João Pimenta Lopes e Miguel Viegas, e por Marisa Matias, do Bloco de Esquerda.

Os eurodeputados sublinham que as posições que Bolsonaro tem sustentado ao longo de sua vida pública e nesta campanha eleitoral são “calcadas em valores xenófobos, racistas, misóginos e homofóbicos”.

“O candidato de extrema-direita defende abertamente os métodos violentos utilizados pelas ditaduras militares, inclusive torturas e assassinatos. Tais posições atentam contra uma sociedade livre, tolerante e socialmente justa”, salientam.

Segundo os membros do PE, a escolha dos brasileiros trará impactos não só para o Brasil mas para toda a América Latina e Caribe e o mundo.

“Conclamamos as brasileiras e brasileiros a refletirem sobre a gravidade deste momento histórico. Entre a democracia e o fascismo não pode haver neutralidade!”, alertam.

Segundo divulgou a RTP, o deputado europeu Carlos Zorrinho explicou à Antena 1 o porquê de ter assinado o manifesto contra o fascismo no Brasil.

“O apelo fundamental que fazemos é no fundo aos eleitores brasileiros para fazerem uma escolha que seja contrária ao discurso do ódio, ao discurso radical, ao populismo, a práticas que não são as práticas tradicionais dos valores democráticos e que em algumas linhas, nomeadamente no discurso, passam mesmo alguma fronteira daquilo que é previsto na constituição brasileira”, afirmou Carlos Zorrinho.

Segundo avançou o Público nesta quarta-feira, também um grupo de personalidades portuguesas, da política, cultura e outras áreas, assinou uma declaração conjunta contra Bolsonaro.

Eduardo Lourenço, Freitas do Amaral, Francisco Louçã, Ricardo Araújo Pereira, Pacheco Pereira, Boaventura Sousa Santos, Manuel Alegre, Sérgio Godinho são alguns dos nomes que assinam uma breve declaração em conjunto, apelando à derrota do candidato às eleições presidenciais no Brasil. A lista é longa e conta com diversas personalidades.

O grupo subscreveu o texto “Solidariedade com a democracia e com os democratas do Brasil” dizendo que o candidato de extrema-direita “promove o elogio da tortura e da ditadura, que propõe a discriminação das mulheres e o desprezo pelos pobres, representando uma cultura de ódio”, traz a carta.

Jair Bolsonaro, de 63 anos, lidera as sondagens no segundo turno das presidenciais do Brasil, com 59% das intenções de voto, segundo o Instituto Datafolha. A segunda volta das presidenciais do Brasil acontece no dia 28 de outubro.

Nesta quarta-feira, o candidato acusou o partido do PT, do seu adversário Fernando Haddad, de apoiar “ditaduras sanguinárias como a de Kadafi, Ditador da Líbia” e criticou as agressões sofridas pelos seus apoiadores.

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