Despenalização do aborto permitirá consenso social, diz Sócrates

Mario Cruz/Lusa

O secretário-geral do PS, Jose Sócrates, durante a conferência "O Sim Responsável" em defesa da despenalização da interrupção voluntária da gravidez, Sábado 20 de Janeiro de 2007, no Teatro Camões, em Lisboa.

Com o Teatro Camões cheio de militantes socialistas, o secretário-geral do PS justificou o referendo e a posição do seu partido a favor da despenalização da IVG com o objetivo de "combater a vergonha nacional do aborto clandestino". "Não se diga que não é preciso mudar a lei [de 1984] para acabar com o aborto clandestino, porque o que torna a IVG em aborto clandestino é precisamente a atual lei, que não permite a IVG em nenhum período da gravidez", sustentou o líder socialista.

Na sua intervenção, feita de improviso, Sócrates defendeu que a vitória do "sim" permitirá baixar o número de abortos em Portugal e recusou que a despenalização possa representar qualquer "experimentalismo social". "Queremos que a IVG deixe de ser tratada pelos sistemas policial e judicial para passar a ser tratada pelos sistemas de saúde e de apoio social", declarou o secretário-geral do PS.

Sócrates advogou então que a experiência de despenalização do aborto em outros países europeus "permitiu que muitas mulheres tivessem entrado em contato com o sistemas de saúde e de apoio social, que evitaram a opção pelo aborto". José Sócrates sublinhou então que "a proposta de despenalização do aborto defendida pelo PS é moderada e razoável". "Queremos uma lei equilibrada e razoável. Queremos um consenso social que outros países já alcançaram", disse, antes de advogar que os socialistas quer em "uma lei que permita um equilíbrio entre a liberdade e as convicções de cada um".

"Queremos uma lei que não imponha a ninguém a sua visão da vida", salientou Sócrates, dizendo depois estar convicto de que "Portugal será um país melhor", se a despenalização do aborto triunfar a 11 de Fevereiro.

Leia mais >> Abortar é uma atitude egoísta, diz Cardeal

Deixe uma resposta