Covid-19: Saúde de Portugal admite estabilização da curva epidemiológica

Da Redação
Com Lusa

A diretora-geral da Saúde admitiu nesta quarta-feira que os dados mais recentes sobre o número de novas infecções pelo novo coronavírus possam traduzir uma estabilização da curva epidemiológica, mas alertou que isso não pode justificar abrandamento de medidas.

Na conferência de imprensa diária sobre a pandemia da covid-19 em Portugal, Graça Freitas afirmou que os últimos números permitem assumir alguma estabilidade nas curvas epidemiológicas real e projetada, aconselhando, no entanto, cautela na interpretação dos dados para que o abrandamento de algumas medidas de combate à pandemia não seja precipitado.

“Sabemos que se abrandarmos as medidas que estão a permitir esta estabilidade da cuva, a curva poderá voltar a subir, por isso temos que ser cautelosos na interpretação dos dados reais e nas projeções”, sublinhou a diretora-geral.

Segundo o balanço da Direção-Geral da Saúde, registram-se em Portugal 380 mortes provocadas pela covid-19, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos confirmados de infecção, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).

Dos infectados, 1.211 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 196 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registrados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.

O relatório da situação epidemiológica, com dados atualizados até às 24:00 de terça-feira, indica que a região Norte é a que registra o maior número de mortos (208), seguida da região Centro (96), da região de Lisboa e Vale do Tejo (68) e do Algarve, com oito mortos.

Relativamente a terça-feira, em que se registravam 345 mortos, teve aumento de 10,1% (mais 35).

De acordo com os dados da DGS, há 13.141 casos confirmados, mais 699, o que representa um aumento de 5,6% face a terça-feira.

Das 380 mortes registadas, 241 tinham mais de 80 anos, 87 tinham idades entre os 70 e os 79 anos, 38 entre os 60 e os 69 anos, 10 entre os 50 e os 59 anos e quatro óbitos entre os 40 aos 49 anos.

Das 13.141 pessoas infetadas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), a grande maioria (11.930) está a recuperar em casa, 1.211 (mais 31, +2,6%) estão internadas, 271 (menos 26, -10,6%) das quais em Unidades de Cuidados Intensivos.

Os dados da DGS, que se referem a 78% dos casos confirmados, precisam que Lisboa é o concelho que regista o maior número de casos de infeção pelo coronavírus SARSCov2 (773), seguida do Porto (750 casos), Vila Nova de Gaia (576), Gondomar (556), Maia (485), Matosinhos (425), Braga (423), Valongo (397), Sintra (310) e Ovar (273).

Desde o dia 01 de janeiro, registraram-se 104.886 casos suspeitos, dos quais 5.903 aguardam resultado das análises.

O boletim epidemiológico indica também que há 85.842 casos em que o resultado dos testes foi negativo. O número de doentes recuperados aumentou para 196 (eram 184).

A região Norte continua a registar o maior número de infecções, totalizando 7.386, seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo, com 3.424 casos, da região Centro (1.865), do Algarve (251) e do Alentejo, que apresenta 93 casos. Há ainda 70 pessoas infectadas com o vírus da covid-19 nos Açores e 52 na Madeira.

A DGS regista 24.481 contatos em vigilância pelas autoridades (mais 589 do que na terça-feira). A faixa etária mais afetada pela doença é a dos 40 aos 49 anos (2.380), seguida dos 50 aos 59 anos (2.352), dos 30 aos 39 anos (1.924) e dos 60 aos 69 anos (1.710).

Há ainda 192 casos de crianças até aos nove anos, 323 de jovens com idades entre os 10 e os 19 anos e nas idades entre os 20 e os 29 anos há 1.363 casos.

Os dados indicam também que há 1.226 casos de pessoas com idades entre os 70 e os 79 anos e 1.671 com mais de 80 anos. Globalmente, há em Portugal 7.484 mulheres infectadas e 5.657 homens.

Segundo o relatório da DGS, 159 casos resultam da importação do vírus de Espanha, 118 de França, 68 do Reino Unido, 43 da Suíça, 41 dos Emirados Árabes Unidos, 29 de Itália, 24 de Andorra, 21 do Brasil, 19 dos EUA, 16 dos Países Baixos, 14 da Austrália, 12 da Argentina, nove da Bélgica, nove da Alemanha, sete da Áustria, cinco do Canadá e quatro da Índia.

O boletim dá ainda conta de três casos importados do Egito, três da Guatemala e outros três de Israel, dois da Irlanda, dois do da Jamaica, dois do Luxemburgo e outros dois da Tailândia.

Foram ainda importados um caso da Alemanha e Áustria e outro da Alemanha e Irlanda. Há igualmente registo um caso importado de países como Azerbaijão, Cabo Verde, Chile, Cuba, Dinamarca, Indonésia, Irão, Malta, Maldivas, Marrocos, México, Noruega, Paquistão, Polônia, Qatar, República Checa, Singapura, Suécia, Ucrânia e Venezuela.

Segundo a DGS, 59% dos doentes positivos ao novo coronavírus apresentam como sintomas tosse, 46% febre, 31% dores musculares, 28% cefaleia, 24% fraqueza generalizada e 17% dificuldade respiratória. Esta informação refere-se a 78% dos casos confirmados.

Neste dia 08, os Açores registraram ainda a primeira morte associada à covid-19, um doente internado que teria sido infetado por profissionais de saúde, anunciou a Autoridade de Saúde Regional. O responsável da Autoridade de Saúde Regional, Tiago Lopes, adiantou que o doente tinha “cerca de 90 anos” e “morbilidades associadas”.

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