OMS aponta Portugal como referência para prevenir obesidade nas crianças

Da Redação
Com agencias

A Organização Mundial da Saúde, OMS, marcou em 4 de março o Dia Mundial de Combate à Obesidade. A agência incentiva as pessoas a atingir e manter um peso saudável, buscarem tratamento e reverter a crise desta condição médica.

Em nota, Portugal é apontado como um exemplo no combate à obesidade infantil, três anos depois de ter implementado o imposto sobre bebidas açucaradas.

A Iniciativa de Vigilância da Obesidade Infantil da União Europeia e OMS, Cosi, confirmou que as taxas de pessoas que vivem com esta condição em Portugal têm reduzido de forma lenta e segura.

De acordo com a investigadora principal do Cosi em Portugal, Ana Rito, a queda no número de crianças com excesso de peso foi de 37,9% para 30,7% entre 2008 e 2016.

Já a porcentagem das crianças obesas baixou de 15,3% para 11,7%, apesar de continuar sendo um dos mais altos índices da Europa.

A iniciativa tem pesquisado o peso das crianças em idade escolar a cada dois ou três anos em mais de 40 Estados-membros do bloco europeu. Esses dados são depois partilhados com os governos da região.

De acordo com a OMS, os números relacionados à obesidade quase triplicaram desde 1975 e aumentaram quase cinco vezes mais em crianças e adolescentes. Em todos os países, o problema atinge pessoas de todas as idades e grupos sociais.

A obesidade é um dos principais fatores de risco para várias doenças não transmissíveis como diabetes tipo 2, problemas cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral e várias formas de câncer.

Em Portugal, a combinação de dietas pouco saudáveis ​​com o aumento do sedentarismo exigiu maior atenção dos serviços de saúde pública para a obesidade infantil. Uma das razões para se monitorar as tendências da saúde é permitir que Portugal atinja os objetivos relacionados às doenças não transmissíveis até 2030.

O Cosi tem avaliado indicadores como prevalência de estilos de vida saudáveis, incluindo dietas e o hábito de atividade física das crianças, assim como locais frequentados por elas, como escolas e família.

Uma das primeiras constatações é que o aumento do consumo regular de refrigerantes influenciou de forma significativa o ganho de peso ao longo do tempo. Esta situação chegou a atingir mais de 80,1% das crianças de seis a oito anos em 2016.

As principais instituições de saúde pública ajudaram a incluir a questão dos impostos sobre bebidas doces na agenda das autoridades. Esse apoio culminou com o imposto sobre bebidas açucaradas que iniciou no começo de 2017.

Os resultados dessa medida incluem a redução da quantidade de açúcar em produtos e a queda de vendas destas bebidas.

No país, as dietas pouco saudáveis ​​e a obesidade estão fortemente relacionadas com fatores sociais, sendo as pessoas com baixos níveis de renda e educação as mais vulneráveis ​​a doenças crônicas.

A OMS destaca que, embora ainda haja muito por fazer, para promover comportamentos saudáveis, as medidas implementadas por Portugal são uma referência de boas práticas para conter a epidemia de obesidade infantil.

Risco de Pobreza

Enquanto isso, dados divulgados pelo Eurostat afirmam que mais de um quinto (21,9%) dos menores de 18 anos em Portugal encontravam-se em 2018 em risco de pobreza ou exclusão social, um valor ligeiramente abaixo da média da União Europeia (23,4%).

A proporção de criança portuguesas em risco de pobreza em 2018 tem vindo, ainda assim, a recuar gradualmente nos últimos anos, já que a taxa de risco de pobreza ou exclusão social entre os menores em Portugal era de 29,6% em 2015, 27% em 2016 e 24,2% em 2017, de acordo com os dados do gabinete oficial de estatísticas da UE.

Segundo a publicação do dia 5, em 2018 quase um quarto dos menores na União encontravam-se em risco de pobreza ou exclusão social, contra 22,1% de adultos (dos 18 aos 64 anos) e 18,4% dos idosos (mais de 65 anos).

Em Portugal, a proporção de crianças em risco de pobreza era também maior do que a de adultos (21,6%) e idosos (21,2%).

O Eurostat aponta que os menores de 18 anos constituíam o grupo etário mais exposto ao risco de pobreza ou de exclusão social em quase metade dos Estados-membros da UE, com a taxa de risco a variar entre os 13,1% na Eslovênia e os 38,1% na República Checa.

O gabinete oficial de estatísticas da UE entende que alguém está em “risco de pobreza ou exclusão social” se estiver em risco de pobreza após transferências sociais (pobreza de rendimentos), se viver em situação de privação material severa ou se viver em agregados familiares com intensidade laboral muito reduzida.

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