Profunda tristeza e frustração no Porto

Da Agencia Lusa

Profunda tristeza e frustração tomaram hoje conta dos mais de 2.500 adeptos que assistiram no Castelo do Queijo, no Porto, ao afastamento de Portugal do Euro2008 de futebol, após derrota 3-2 com a Alemanha nos quartos-de-final.

“Se o jogo tivesse mais uns minutinhos… Não merecíamos sair assim, mas também não fizemos o jogo que todos esperavam”, resumiu um adepto, “calejado de sofrer por Portugal”.

Consumado o afastamento, imperou o silêncio, os olhares fixos no vazio e a ausência total de sorrisos, falhado o objectivo da selecção , que aspirava a ganhar um título inédito – nem o hino tocado na instalação sonora modificou o cenário.

O respeito que a Alemanha impunha a Portugal estava estampado no rosto dos adeptos, que não participaram, com o entusiasmo habitual, na festa que a organização promoveu antes do início do desafio: nem as “cheer leaders” conseguiram mudar alguma apreensão que se sentir no ar.

Com os primeiros remates lusos as emoções começaram, lentamente, a vir à flor da pele, mas o ânimo crescente rapidamente deu lugar à desolação, com Schweinsteiger (22 minutos) e Klose (26) a silenciar tudo e todos.

“É sempre o mesmo. Nós e jogar e os outros a marcar”, ouvia-se, em desabafo corroborado pelos que estavam ao lado.

Os dois golos de diferença pediam “ousadia de Scolari”, que os portuenses esperavam ver traduzida na “magia de Quaresma”.

Com os minutos, a descrença deu lugar a crescente força mental que ganhou proporções de euforia quando Nuno Gomes (40 m) reduziu para 2-1, levando a que milhares se levantassem, numa fracção de segundo, em êxtase total: os verdadeiros nervos começaram aqui.

Com o hino nacional a soar na instalação sonora, o ânimo cresceu até ao “falso” golo de empate, negado a Dedo por fora-de-jogo: os adeptos voltaram a saltar poucos minutos depois, mas Pepe, na cara de Lehman, cabeceou por cima.

A fé dos portuenses baixou consideravelmente quando Ballack (62), de cabeça, fez o 3-1, com a frustração geral a culpar o empurrão pelas costas do alemão a Paulo Ferreira e a saída ineficaz do guarda-redes Ricardo.

“Vai”, “força”, “chuta” era a voz de comando de inúmeros treinadores de bancada, impotentes para intervir directamente num jogo que todos queriam ganhar: quando Postiga (87) marcou de cabeça (3-2), ouviu-se, finalmente, “Portugal, Portugal, Portugal”, gritado até à exaustão.

Faltavam jogar poucos minutos e, tal como no campo, também os adeptos recusavam resignar-se, sofrendo em pé no desejo de um empate que nunca chegou.

A musica de Xutos e Pontapés no final do jogo apenas serviu para dispersar rapidamente os adeptos, sem moral para qualquer tipo de festa.

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