Portugal e Espanha em candidatura conjunta para Copa do Mundo de 2018

Mundo Lusíada Com agencias

Em 19 de janeiro, Espanha e Portugal chegaram a um acordo para apresentar uma candidatura conjunta para sediar a Copa do Mundo de 2018. Gilberto Madail e Ángel María Villar, respectivamente presidentes das federações portuguesa e espanhola de futebol, assinaram um documento que sela o compromisso entre os dois países.

Além de Portugal/Espanha, a Indonésia, Inglaterra, Rússia, Japão e Catar também formalizaram junto à Fifa a intenção de candidatar-se às Copas de 2018 ou 2022. Por ter sido a Alemanha, em 2006, o último país a acolher uma edição do Mundial, a Europa ficou fora das corridas a 2010 e 2014, pois os regulamentos da Fifa passaram a determinar que haja um intervalo de duas edições em cada continente. A Rússia, ao lado da Inglaterra, surge como concorrente de peso e o outro adversário europeu de Portugal e Espanha. Entre os nomes falados do continente europeu, falta também confirmar se Holanda e Bélgica vão avançar para repetir a aliança vitoriosa da Euro-2000.

Da Ásia, o Japão, que em 2002 repartiu a organização do Mundial com a Coréia do Sul, pode partir em desvantagem por ter sido sede da competição recentemente, enquanto o Catar faz dos argumentos financeiros e dos "petrodólares" o principal trunfo nesta candidatura.

As federações de futebol de Portugal e Espanha estão confiantes na vitória do projeto, que recebeu apoio formal do Governo português. Já a Espanha luta para receber o seu segundo Mundial. O país sediou a edição de 1982, na qual a Itália se sagrou campeã. O anúncio dos anfitriões dos Mundiais de 2018 e 2022 está agendado para dezembro de 2010.

Flexibilidade Mas os requisitos enviados pela Fifa às federações filiadas para as candidaturas das Copas de 2018 e 2022 limita o número de estádios que Portugal pode oferecer na iminente candidatura conjunta. Como consta na notificação da Fifa, somente estádios com pelo menos 40 mil lugares poderão ser utilizados em um Mundial, com a exigência de 80 mil cadeiras no jogo de abertura e na final. Apenas os estádios da Luz (65 mil), Alvalade (52 mil) e Dragão (52 mil) têm capacidade para participar da candidatura ibérica, ficando os três excluídos para a abertura e a decisão.

No entanto, se forem levadas em conta as Copas de 2006 (na Alemanha), 2010 (na África do Sul) e 2014 (Brasil), os números mostram que a Fifa tem alguma flexibilidade nos requisitos. Em 2006, nenhum dos 12 estádios utilizados na Copa da Alemanha tinha capacidade igual ou superior a 80 mil lugares. Para a Copa da África do Sul, no próximo ano, apenas um dos dez estádios tem capacidade superior a 80 mil lugares, o Soccer City de Johannesburgo (94.700), que será efetivamente palco do primeiro jogo e da final.

Numa comparação com as infra-estruturas oferecidas pela organização sul-africana e respectivo agendamento para 2010, Portugal teria capacidade para receber cinco jogos dos oitavas-de-final e dois das quartas, assim como o jogo que define o terceiro colocado, marcado para o Estádio Nelson Mandela (49 mil lugares).

Em relação ao Mundial de 2014, ainda não estão definidas as 12 sedes, processo que deverá ficar concluído em março, mas entre as 18 candidatas, apenas uma oferece um estádio com pelo menos 80 mil lugares, o Maracanã. O estádio carioca pode atualmente acolher cerca de 90 mil espectadores (quando já teve capacidade para 200 mil), mas irá sofrer obras de remodelação que reduzirão inclusive a capacidade para pouco mais de 86 mil pessoas.

Inglaterra adversária A Inglaterra, apontada como a mais forte adversária européia na corrida à organização da Copa-2018, tem menos estádios "elegíveis" que a aliança luso-espanhola.

A contabilidade na Inglaterra resulta em 12 estádios com capacidade igual ou superior a 40 mil lugares, mas se for respeitada uma "tradição" de 17 das 18 edições (o máximo de dois estádios por cidade), a oferta reduz-se a 10, já que quatro deles estão sediados em Londres. Seguindo também à letra as determinações estipuladas pela Fifa, apenas o novo Wembley poderá servir de palco aos jogos de abertura e final, pois ambos terão de oferecer o mínimo de 80 mil cadeiras.

A candidatura ibérica tem também, neste momento, 12 estádios que respeitam a exigência mínima de 40 mil espectadores, mas três deles estão em Sevilha: La Cartuja (72.000), Ruiz de Lopera (55.500) e Sanchez Pizuan (45.000).

Outra das vantagens da candidatura de Portugal e Espanha sobre Inglaterra é (se continuarem a ser seguidos os requisitos preliminares) o fato de contar com dois estádios com capacidade para acolher os jogos de abertura e final: Camp Nou (98.800), em Barcelona, e Santiago Bernabeu (80.400), em Madrid.

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