Projeção para crescimento da economia brasileira em 2009 cai

A projeção para o investimento estrangeiro direto em 2008 foi mantida em US$ 35 bilhões. Para Henrique Meirelles, o Brasil porém terá um crescimento superior à média mundial.

Da Redação Com agencias

Os analistas de mercado voltaram a reduzir a projeção para o crescimento da economia (Produto Interno Bruto, PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil) em 2009.

Segundo o boletim Focus, publicação semanal do Banco Central, a expectativa passou de 2,8% para 2,5%. Para este ano, foi mantida a estimativa de 5,24%.

A projeção para o investimento estrangeiro direto em 2008 foi mantida em US$ 35 bilhões e para 2009 caiu de US$ 25 bilhões para US$ 24 bilhões.

A projeção para o crescimento da produção industrial também é menor, tanto em 2008 quanto no próximo ano. Os percentuais passaram, respectivamente, de 5,76% para 5,47% e de 3,10% para 3,05%.

Para este ano, os analistas projetam a dívida líquida do setor público em 38% do PIB, ante a expectativa anterior de 38,45%. Para 2009, a estimativa passou de 38% para 37,76%. Quanto menor a relação entre dívida e PIB, maior é a confiança do investidor na capacidade do Brasil de honrar seus compromissos.

Na avaliação dos analistas, o dólar deve chegar ao final deste ano em R$ 2,27, contra os R$ 2,20 previstos anteriormente. Para 2009, o ajuste foi de R$ 2,15 para R$ 2,20.

A estimativa para o superávit comercial (saldo de exportações menos importações) este ano subiu de US$ 23,6 bilhões para US$ 23,8 bilhões. Para 2009, a projeção aumentou de US$ 13,66 bilhões para US$ 14bilhões.

Os analistas mantêm a expectativa de déficit de US$ 30 bilhões no saldo das transações correntes (todas as operações do Brasil com o exterior) em 2008 e e há uma semana não alteram a expectativa de mesmo valor para o próximo ano, divulgou Portugal Digital.

Meirelles: crescimento superior à média mundial Para o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o Brasil porém terá um crescimento superior à média mundial. "Não está se prevendo uma contração de produto [Produto Interno Bruto – PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país] durante o ano, como em outros países. Muito pelo contrário”, afirmou Meirelles. A crise é motivo de preocupação e exige trabalho “firme”das autoridades, mas “é importante também que tenhamos razão para confiar”, disse ele.

Meirelles lembrou que, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia mundial deve crescer cerca de 2% em 2009, enquanto a previsão para o Brasil é de 3%. Entretanto, Meirelles classificou de “conservadora” a projeção para o Brasil. Segundo ele, a previsão do BC para o crescimento da economia no próximo ano será divulgada no fim do mês, mas deve ficar abaixo da de 2007 (5,4%) e da previsão média de analistas de mercado para este ano, de 5,2%.

“No passado, quando os Estados Unidos pegavam uma gripe, nós no Brasil muitas vezes pegávamos uma pneumonia, ou até tinha um risco de turbeculose. Hoje, os Estados Unidos estão com uma gripe fortíssima. Alguns estão dizendo que já é uma pneumonia, e nós com uma gripe”, comparou.

O presidente do BC fez comparações também entre a atual crise e as do Japão, na década de 90, e a de 1929, nos Estados Unidos. Meirelles observou que a crise se desenvolveu com mais rapidez, mas ressaltou que “a boa notícia dessa crise é que ela deve ser mais curta”. No entanto, está sendo mais intensa”, acrescentou. A crise japonesa durou 17 anos, lembrou. De acordo com ele, há divergências nas análises sobre a crise, o que seria natural: há economistas que prevêem um longo período, enquanto outros acham que a crise já está próxima do fim.

Meirelles afirmou que a perda prevista para o sistema financeiro internacional com a crise é de US$ 1,4 trilhão. Se for incluído a esse montante o prejuízo das Bolsas de Valores, as perdas devem chegar a US$ 30 trilhões, acrescentou o presidente do BC, que fez palestra sobre a crise financeira no Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal.

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