Presidente da Câmara no Ceará defende “Plano Marshall” do Brasil em Portugal

Da Redação

O presidente da Câmara de Comércio Brasil Portugal no Ceará (CBP-CE), José Maria Zanocchi, afirmou à agência de notícias Lusa que os investimentos do Brasil em Portugal podem ser também “políticos e estratégicos”. Entrevistado no âmbito da visita da Presidente Dilma Roussef a Portugal, José Maria Zanocchi afirmou que os chefes de governo dos dois países deveriam discutir o papel que o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social brasileiro (BNDES) poderia ter no processo de privatização da companhia aérea portuguesa TAP, com financiamentos a companhias brasileiras interessadas.

Explicando seu ponto de vista, José Maria Zanocchi declarou que “espero que o governo brasileiro perceba as relações com Portugal com uma política de solidariedade transversal, atenta à lusofonia de um modo geral. Embora reconheça a impropriedade da analogia, o BNDES deveria servir para um novo ‘Plano Marshall’ para Portugal, consolidando os vínculos históricos e culturais pela vertente econômica”, frisou o presidente da Câmara Brasil Portugal no Ceará.

De acordo com a Lusa, os presidentes das câmaras de comércio portuguesas no Brasil defendem um incremento das relações comerciais entre os dois países. “O comércio anual entre os países ainda é muito pequeno, incipiente. O ano de Portugal no Brasil vai acabar, mas ele tem de ser considerado apenas um começo, uma oportunidade de estreitar os laços”, afirmou, por seu lado, o presidente da Câmara Portuguesa de Comércio na Bahia, António Coradinho, acrescentando que Portugal pode ser “um centro logístico de distribuição de produtos brasileiros” na Europa. E para quem quer investir no Brasil, Coradinho recomenda aos portugueses que procurem oportunidades fora dos grandes centros econômicos de São Paulo e Rio de Janeiro. No entanto, António Coradinho reconhece que ainda falta diálogo e vontade política dos governos para que se possa concretizar a eliminação de barreiras e uma maior aproximação entre os países.

Já o presidente da Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro, Paulo Elíseo de Souza, disse que o Brasil pode usar como exemplo de investimento bem-sucedido a presença da Embraer em Portugal – que fabrica aviões em Évora. Para Paulo Souza, o tema da emigração de mão de obra qualificada portuguesa, “que enfrenta muita burocracia” no acesso ao mercado brasileiro é outra das preocupações.

Raul Penna, presidente da Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil, realçou que os países têm de aproveitar a língua comum para fortalecer as suas relações. “Inglaterra e Estados Unidos têm um comércio importante entre eles, por que Portugal não tem com o Brasil?”, questiona Raul Penna. Os dirigentes associativos afirmam também que o comércio e os investimentos bilaterais devem procurar também o espaço lusófono, atraindo oportunidades em África.

No final de um encontro com o Presidente português Aníbal Cavaco Silva, a Presidente Dilma Rousseff disse que o Brasil tem interesse em ampliar as relações comerciais e os investimentos, elevando o “patamar de relacionamento” entre os dois países. Dilma Rousseff destacou a assinatura do memorando de entendimento entre o governo brasileiro com o parque de tecnologia de Cantanhede, o Biocant Park, e com o Laboratório Ibérico de Braga, que trabalha na área da nanociência.

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