Portugal lidera setor de energia renovável, afirma premiê

Mundo LusíadaCom Lusa

Nuno Veiga/Lusa Portugal

>> Central Fotovoltaica de Moura, a maior central do mundo, Amareleja, 20 de abril de 2009.

Segundo o primeiro-ministro luso, José Sócrates, Portugal está na "linha da frente" dos países que mais baseiam a sua produção elétrica em energias renováveis, graças à "escolha política" de apostar nesse setor energético. "A aposta que fizemos nestes quatro anos nas renováveis coloca-nos na linha da frente dos países que querem fazer uma revolução verde, a favor do ambiente, mas também da nossa economia e do nosso emprego", declarou.

As declarações do primeiro-ministro foram feitas durante uma visita à Central Fotovoltaica de Amareleja, a maior do mundo, que está localizada em Moura, no Alentejo. Acompanhado pelo ministro luso da Economia, Manuel Pinho, o premiê luso participou de uma visita a Portugal de um grupo de jovens universitários de 15 países, pela iniciativa New Energy World, do Ministério da Economia e da Inovação.

Na sua intervenção, o primeiro-ministro destacou que a aposta de Portugal nas energias renováveis resulta de "uma escolha política" do Governo.

Em 2008, 43% da eletricidade consumida em Portugal teve origem em fontes renováveis, sendo que o país terminou o ano com 8.151 MW de potência instalada renovável. De acordo com estatísticas da Direção Geral de Energia e Geologia, Portugal foi, em 2007, o terceiro país na União Européia a 15 com maior incorporação de energias renováveis.

Ainda assim, a produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis (FER) caiu 9% no ano passado em relação a 2007, devido ao decréscimo verificado na área hídrica. Já a produção eólica cresceu 42% em 2008, com potência instalada de 2.800 MW (distribuídas em 172 usinas), atingindo assim a meta estabelecida para 2008.

Região norteO aumento da potência instalada renovável resultou, segundo a DGEG, do crescimento na potência eólica e fotovoltaica, tendo também incluído, pela primeira vez, a potência instalada numa central com aproveitamento da energia das ondas (do parque de ondas da Aguçadoura, norte de Portugal).

Além disso, a produção de energia elétrica limpa está concentrada no norte do país, sobretudo nos distritos de Viana do Castelo, Bragança, Viseu, Coimbra, Braga e Vila Real.Excluindo a rede hídrica, Viseu, Coimbra, Castelo Branco, Viana do Castelo, Lisboa, Vila Real, Guarda, Braga e Santarém são os principais distritos em termos de potência instalada, com 81% do total. Já Lisboa, Leiria, Castelo Branco e Viseu têm uma forte componente eólica, correspondente a mais de metade da potência renovável destes distritos.

As fontes limpas têm sido a grande aposta da política energética do governo português, em detrimento da energia nuclear. Ainda assim, a Enupor – Energia Nuclear de Portugal, um consórcio de investidores lançado em 2005, diz aguardar uma evolução da atual posição do Governo e manter em pé sua proposta de construção da primeira central nuclear em Portugal.

Recentemente, em declarações à Agência Lusa, o diretor da Enupor, Sampaio Nunes, criticou a falta de ação de Lisboa na área e alertou que tal implica uma "degradação competitiva" de Portugal em relação aos seus parceiros, onde está ocorrendo "uma revolução do renascimento da energia nuclear".

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