Operadores antecipam novos recordes: “Vai ser um bom verão para o turismo português”

Da Redação
Com Lusa

Populares desfrutam de uma praia em Armação de Pera, Algarve. As temperaturas máximas vão subir gradualmente entre oito e dez graus Celsius entre hoje e sábado, o que levou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) a aumentar o número de distritos sob aviso amarelo de oito para 12, deixando apenas de fora Viana do Castelo, Bragança, Porto, Aveiro, Viseu e Faro. Nas ilhas, o aviso abrange apenas a ilha de Porto Santo. LUIS FORRA/LUSA
Armação de Pera, Algarve. LUIS FORRA/LUSA

A época turística em Portugal deverá registrar “novos máximos” em 2015, destacando-se a “qualificação gradual, mas segura” da atividade e a melhoria da posição competitiva do país no contexto internacional, segundo os dados disponíveis até setembro.

“Temos uma noção já bastante aproximada do que serão as reservas da época alta e, nesta altura, sabemos que temos a generalidade das regiões do país com taxas de ocupação recorde e com receitas por quarto também recordes. Desse ponto de vista vai ser uma boa época alta e um bom verão para o turismo português, o que indicia que estaremos, no final do ano, perante mais uma época turística que estabelecerá novos máximos”, afirmou à agência Lusa o presidente do Turismo de Portugal.

Segundo João Cotrim de Figueiredo, apesar de só existirem dados oficiais até junho, as indicações que vêm sendo recolhidas “de uma forma mais oficiosa” relativamente ao segundo semestre “continuam a ser positivas”, reforçando a estratégia do Turismo de Portugal de “ter um destino muito ágil e dinâmico, que vá aumentando a sua qualidade de uma forma gradual, mas segura”. “Acho que os dois objetivos estão a ser atingidos”, sustentou.

Começando por apontar o crescimento “muito perto dos dois dígitos, de 8,5 a 9%, na generalidade dos indicadores” do turismo em Portugal, a que corresponde um crescimento acumulado de cerca de 30% nos últimos dois anos, João Cotrim de Figueiredo destaca que, conforme pretendido, “os indicadores de qualidade estão a crescer mais fortemente do que os indicadores de quantidade”.

“Portanto é de assinalar uma qualificação gradual, mas segura, do tipo de turismo que temos em Portugal, com os dados qualitativos (preço, receitas por quarto) a progredirem mais depressa do que os indicadores meramente numéricos, quantitativos (hóspedes e dormidas)”, sustentou.

Adicionalmente, o presidente do Turismo de Portugal destaca os ganhos competitivos que o país tem vindo a obter, ao crescer “mais depressa” do que vários dos destinos internacionais alternativos, nomeadamente Espanha.

“Estamos a crescer ao dobro do ritmo de Espanha no que diz respeito aos elementos quantitativos e a crescer muito mais nos elementos qualitativos, com progressões que chegam a atingir quatro a cinco vezes aquilo que se passa no país vizinho”, destacou Cotrim de Figueiredo.

Também apontada é a “taxa de progressão muito acentuada” registrada pela Alemanha, França e Itália, que são “mercados com um enorme potencial e que não tinham tido ainda um aumento de quota de mercado portuguesa tão expressivo como agora”.

Como resultado desta evolução, o Turismo de Portugal antecipa também para 2015 “novos máximos a nível das receitas capturadas pela atividade” e, designadamente, a nível do saldo da balança turística.

É que, referiu o presidente da entidade, a diferença entre as receitas deixadas pelos estrangeiro que vêm a Portugal e os gastos dos portugueses que vão ao estrangeiro, que até junho estava a crescer “perto de 17%”, “se mantiver este ritmo permitirá ultrapassar a barreira dos oito mil milhões de euros de saldo da balança turística nacional do ano”.

Um número que descreve como “absolutamente impressionante” e que, destaca, representa “o contributo do turismo para a economia e para a balança de pagamentos portuguesa”.

À Lusa, também o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Luís Veiga, confirmou a manutenção nos meses de verão da tendência de crescimento já registrada no primeiro semestre de 2015.

Citando dados de inquéritos realizados pela associação junto dos hoteleiros, Luís Veiga diz estarem previstos para este verão melhores taxas de ocupação e rendimento por quarto disponível (RevPar), com 58% dos inquiridos a preverem uma ocupação acima dos 80% e a apontarem como principais mercados emissores Portugal (18%), Espanha (17%) e França (14%).

“No Algarve, 75% dos hoteleiros têm mais de 50% das reservas confirmadas até 11 de outubro”, enquanto no Porto metade dos hotéis têm mais de 50% de reservas confirmadas até ao final de setembro e, em Lisboa, de 1 a 13 de agosto, 75% dos hotéis tiveram mais de 50% das reservas confirmadas e até ao final de setembro metade dos hotéis estão com mais de 50% das reservas confirmadas”, adiantou.

O presidente da AHP nota, contudo, que estas evoluções “vão tão só recolocar os dados de 2007/2008 relativos à taxa de ocupação e RevPar”, sendo que “os dados médios das regiões turísticas do Norte, Centro, Alentejo, Açores e Madeira não são ainda satisfatórios face ao RevPar previsto”.

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