O “maior terminal rodoferroviário” de mercadorias da Península Ibérica vai abrir em 2020

Arquivo/Lusa. Lançamento do plano Ferrovia 2020.

Da Redação
Com Lusa

O “maior terminal rodoferroviário” da Península Ibérica vai abrir em 2020 em Vila Nova de Famalicão, resultado de um investimento privado de 35 milhões de euros que o Governo português garantiu “complementar” com o programa nacional de investimentos.

A obra será feita pela Medway, ao abrigo de um protocolo entre a autarquia de Famalicão, no distrito de Braga, a empresa e a Infraestruturas de Portugal, assinado em cerimônia no salão nobre dos Paços do Concelho, com o presidente da autarquia a salientar que este é um investimento que representa “décadas de potencial investimento” no território.

“[O investimento é] fruto da decisão de um investidor privado que arriscou, que foi arrojado, que decidiu avançar e criar muito mais capacidade para o transporte de mercadorias em Portugal e é fruto do investimento realizado no âmbito do plano Ferrovia 2020”, afirmou o ministro do Planejamento e Infraestruturas, Pedro Marques, presente na cerimônia.

Do lado da empresa investidora, o presidente da Medway, Carlos Vasconcelos, aproveitou o momento para deixar um pedido ao Governo: “Com o atual estado da linha [do Norte, nomeadamente entre Contumil e Ermesinde] dificilmente conseguiremos fazer passar mais de cinco ou seis comboios por dia”, alertou, depois de esclarecer que o novo terminal está projetado para fazer circular 12 a 14 composições diariamente.

Pedro Marques respondeu e deixou garantias: “Eu tenho que assinalar que naturalmente o Governo já se comprometeu com a apresentação do programa nacional de investimento a complementar [o investimento privado]”, apontou.

O ministro apontou como exemplos a “quadruplicação do troço de Contumil, investimento na linha de Leixões, para dar mais capacidade ao transporte de mercadorias, uma ligação mais competitiva de Campanhã ao aeroporto e muito investimento na linha do Norte para dar mais 40% de capacidade de transporte de mercadorias”.

Além de agradar ao Governo, o novo terminal, apresentado como “o maior terminal rodoferroviário da Península Ibérica”, é também uma mais-valia para Famalicão.

“Mostra uma avaliação positiva do que o território tem feito. Não fosse a dinâmica do território não seria aqui feito. Os ganhos são enormes. Estou certo que são várias décadas de potencial investimento que gera em Famalicão e toda a região Norte”, congratulou-se o presidente da autarquia, Paulo Cunha.

A nova estrutura, que vai começar a ser construída depois de ter as respectivas licenças e ser feito o estudo de impacto ambiental obrigatório, tem como prazo de execução 14 meses, estando prevista a sua conclusão em março de 2020.

A Medway estima que serão criados 100 postos de trabalho diretos e indiretos “para operacionalizar este terminal”.

A nova infraestrutura vai ter uma área de 200 mil metros quadrados, seis linhas de 750 metros e uma capacidade para parqueamento de 10.000 TEU (unidade equivalente a 20 Pés, medida-padrão utilizada para calcular o volume de um contentor), o que equivale a mais de 500 mil movimentos por ano.

Na semana passada, o primeiro-ministro pediu um amplo consenso político em torno do Programa Nacional de Investimentos 2030, que envolve 21.950 milhões de euros, alegando que as grandes decisões de infraestruturas não podem ficar reféns dos ciclos políticos.

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