Exportações portuguesas aumentam em 9,7% e importações disparam em abril

Mundo Lusíada

Portas_ExportFrutasAs exportações aumentaram 8,2% e as importações 7,4% no trimestre terminado em abril, face ao mesmo período de 2014, tendo a taxa de cobertura crescido 0,6 pontos percentuais para 84,3%.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), no período, o déficit da balança comercial aumentou 67,2 milhões de euros para 2.343,3 milhões de euros, tendo-se destacado Angola como o país de destino das exportações portuguesas em que estas evidenciaram a maior redução (-23,6%).

O aumento de 8,2% das exportações e de 7,4% das importações de fevereiro a abril compara com um crescimento de 3,8% e uma queda de 1,4%, respectivamente, no primeiro trimestre de 2015.

Considerando apenas o mês de abril, as exportações de bens aumentaram 9,7% e as importações de bens 16,0% face ao mês homólogo (+11,1% e +10,6% em março de 2015, respectivamente).

Em abril, as exportações aumentaram principalmente devido à evolução do comércio intra-União Europeia (UE), traduzindo o acréscimo generalizado de quase todos os grupos de produtos, em especial nos combustíveis minerais, máquinas e aparelhos e produtos agrícolas.

Já as importações subiram devido à evolução, tanto do comércio intra-UE como do comércio extra-UE, refletindo os aumentos registrados na totalidade dos grupos de produtos, mas sobretudo nos combustíveis minerais, produtos químicos e veículos e outro material de transporte.

Excluindo os combustíveis e lubrificantes, em abril, as exportações aumentaram 5,5% e as importações subiram 13,2% face ao mês homólogo (respectivamente +8,7% e +9,9% em março de 2015).

No que se refere às variações face ao mês anterior, em abril de 2015 as exportações diminuíram 2,9%, em resultado da evolução registrada em ambos os tipos de comércio, destacando-se em relação aos bens transacionados o vestuário, o calçado e os produtos químicos.

As importações diminuíram 0,2%, devido à evolução do comércio intra-UE (em especial nos veículos e outro material de transporte e metais comuns), dado que nas importações extra-UE se verificou um aumento.

Numa análise por grandes categorias econômicas, o INE registra, no trimestre terminado em abril e face ao período homólogo, aumentos das exportações em todas as categorias, com “especial destaque” para os acréscimos nos combustíveis e lubrificantes (+61,2%), nomeadamente os produtos transformados.

No que se refere às importações, destaca o aumento de 21,4% no material de transporte e acessórios, sobretudo os automóveis para transporte de passageiros, sendo que as importações de combustíveis e lubrificantes caíram 5,9%.

Produtos Agrícolas
O vice-primeiro-ministro realçou o contributo dos produtos agrícolas para o crescimento das exportações portuguesas, que, disse, no mês de abril, foi “francamente bom”.

Paulo Portas, em visita a Feira Nacional da Agricultura (FNA), afirmou que os números das exportações relativos a abril “são francamente bons” ao mostrarem um crescimento de 8,2% face ao mesmo trimestre de 2014 e de 9% face ao mês anterior, valores que contaram com o contributo de 19% dos produtos agrícolas não transformados.

“Teremos meses melhores, meses piores, mas a tendência de crescimento das exportações portuguesas é muito forte em 2015”, declarou. Para Paulo Portas, o crescimento “cá dentro” com investimento e “para fora” com as exportações permite “proteger a retaguarda e criar emprego”.

Portas realçou ainda o fato de, a duas semanas de terminarem as candidaturas às ajudas diretas ao rendimento, ter sido já suplantado o número de pequenos agricultores inscritos em 2014 (178.000).

Ainda citou a uma “procura muito interessante da agricultura familiar face às novas medidas agroambientais” com a definição de um apoio mínimo nas ajudas diretas, de 500 euros, e o “desenho” das medidas ambientais “para chegar mais à agricultura familiar”.

Questionado pelos jornalistas sobre o aumento das importações, Portas declarou que estas não se destinam apenas ao consumo, dando o exemplo da maquinaria presente na feira para afirmar que são também “essenciais para o investimento”.

Vestuário e confecção aumentam
As exportações portuguesas de vestuário e confecção aumentaram 9,35% até abril, quase atingindo os 970 milhões de euros e mantendo a tendência gradual de subida.

Em comunicado, a Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção (ANIVEC/APIV) salienta a “notória e sintomática dinâmica empresarial deste setor” que, considera, “em muito tem contribuído para a dinâmica da economia portuguesa”.

“Este setor tradicional, que ao longo do tempo se foi consolidando e afirmando, é hoje de reconhecida importância em contexto nacional e internacional”, sustenta, apontando como “fatores determinantes” do sucesso “as perspectivas do aumento da procura, da utilização da capacidade produtiva e da produtividade e da inovação, sem alienar as perspectivas de melhoria das condições de financiamento”.

Para a ANIVEC/APIV, a indústria de vestuário e confecção irá “continuar a contribuir para o aumento do emprego, do volume de exportações e do crescimento do investimento”, favorecendo a balança comercial, o crescimento do produto interno bruto e a recuperação da economia portuguesa.

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