Em 2008, conferência internacional de biocombustível acontece no RJ

 

Da Redação Mundo Lusíada com Lusa

European Community, 2007

Em julho de 2008, deve acontecer no Rio de Janeiro uma conferência internacional sobre biocombustíveis. O anúncio foi feito pelo presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva, durante uma conferência internacional sobre o tema, em 05 de julho em Bruxelas, capital belga.

"Desejo que a conferência do Rio constitua um marco histórico importante para impor os biocombustíveis no centro da nossa resposta ao grande desafio do século 21", disse Lula.

O primeiro-ministro português José Sócrates e o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, participaram da conferência realizada sobre biocombustível, um dos eventos que marcam a presidência portuguesa da EU, neste semestre. A conferência tem como objetivo lançar o debate sobre o desenvolvimento de um mercado internacional de produção, utilização e comércio de biocombustíveis.

Os biocombustíveis, que podem ser feitos de cana-de-açúcar, milho, óleo de palmeira e outros produtos agrícolas, têm sido vistos por muitos como uma forma mais limpa e barata de abastecer as necessidades energéticas do mundo, sem recorrer aos combustíveis fósseis, como o petróleo. Barreiras No evento, Lula voltou a apelar para que os países ricos derrubem as barreiras ao comércio e permitam aos menos desenvolvidos exportar produtos agrícolas e biocombustíveis. "Não estamos aqui para escolher entre comida e energia", disse o presidente brasileiro, que incentivou os países desenvolvidos a acabar com as "distorções" ao comércio internacional, que impedem os menos desenvolvidos de exportar bens agrícolas.

O presidente brasileiro disse ser importante perceber que há "países que têm terra e sol, mas que não conseguem plantar", porque os seus produtos não são escoados em seguida para os mercados internacionais, disse Lula, que ressaltou a importância de acabar com uma situação em que "os ricos ficam mais ricos e os pobres ainda mais pobres".

Lula também desvalorizou os receios daqueles que pensam que a produção de biocombustíveis vai utilizar áreas que normalmente seriam usadas para produzir alimentos ou destruir espaços como a floresta amazônica. "Se a Amazônia fosse importante para plantar a cana-de-açúcar, os portugueses, que introduziram a planta no Brasil há tantos séculos atrás, já o teriam feito na Amazônia", disse o presidente brasileiro. Petrobras participa de encontro internacional A conferência aconteceu até 6 de julho, e foi aberta pelo presidente brasileiro e pelo presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso. Participou ainda representantes do empresariado mundial, organizações não-governamentais e grupos de interesse no assunto, assim como o representante da Petrobras, diretor da área Gás e Energia, Ildo Sauer.

A estatal brasileira está trabalhando para expandir sua atuação no mercado internacional. Segundo informações da companhia, em 2006 foi exportado 80 milhões de litros de álcool para a Venezuela, está negociando a comercialização do produto com Nigéria, Estados Unidos e países da Europa, além do Japão, e em 2007 espera atingir a marca de 850 milhões de litros exportados. A Petrobras também está desenvolvendo parceria com a portuguesa Galp Energia para a implantação de projetos de produção de biodiesel de primeira e segunda geração destinados ao mercado europeu.

O governo brasileiro ainda aproveitou a oportunidade para se reunir com representantes dos Estados Unidos, União Européia, China, Índia e África do Sul para discutir a elaboração de especificações técnicas e normas do mercado internacional de biocombustíveis.

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