Comércio de rua na zona histórica de Lisboa subiu 25%

Da Redação
Com Lusa

A oferta de comércio de rua na zona histórica de Lisboa aumentou 25% em área e 16% em unidades comerciais entre 2007 e 2017, segundo o relatório “Portugal Retalho” da consultora Cushman & Wakefield.

De acordo com o documento, a zona histórica da capital, entre a Avenida da Liberdade, Baixa-Chiado e Praça do Comércio concentrava em 2017 uma oferta de 198 mil metros quadrados (m2), por mais de mil lojas, o que traduz um crescimento, face a 2007, de 25% em área e 16% em unidades comerciais.

No Porto, em 10 anos, a subida foi de 13% em área e 27% em unidades comerciais, registrando-se uma oferta atual de mais de 148 mil m2.

O aumento em Lisboa é justificado com o “alargamento do ‘stock’ a artérias adjacentes resultante da progressiva falta de oferta” e com a “proliferação da reabilitação de edifícios”.

A zona da Baixa apresenta o “maior volume de oferta” (91 mil m2), seguindo-se a Avenida da Liberdade (42 mil m2) e o Chiado (40 mil m2) e “todas refletem um crescimento acima dos dois dígitos na última década, com a zona dos Restauradores e Rossio a liderar”.

Nestas zonas, os setores mais representativos são a moda e a restauração, ocupando, em conjunto, 52% da área (102.100 m2 e 460 unidades).

A oferta de comércio de moda destaca-se na Avenida da Liberdade e no Chiado, enquanto restaurantes e cafés têm maior peso na Baixa, Restauradores e Rossio.

A taxa de desocupação situou-se nos 11% (22 mil m2), mas com o decorrer da reabilitação, os projetos “virão a ser ocupados em breve”.

Outras zonas da capital que se destacam são as Avenidas Novas, Cais do Sodré, Parque das Nações e Príncipe Real, ao somarem 114.500 m2 e 1.040 lojas.

Em Lisboa, o “elevado dinamismo” do comércio de rua é justificado pelo aumento do volume de turistas e “alteração nos hábitos de consumo dos habitantes”, que passaram a valorizar as lojas de conveniência e de proximidade, segundo o documento.

No Porto, a concentração de comércio de rua também se encontra no centro (Baixa e Clérigos) e há uma oferta atual superior a 148 mil m2, distribuídos por 600 lojas, traduzindo, face a 2007, uma subida de 13% em área e de 27% em unidades comerciais.

Para estes aumentos contribuíram nomeadamente as sucessivas intervenções urbanísticas camarárias e privadas.

A taxa de desocupação é de 11% (17 mil m2) e com maior incidência na Baixa, onde os retalhistas tradicionais, ainda preponderantes, perderam 28% de área face a 2007 para as cadeias nacionais, mantendo-se o peso das cadeias internacionais, “evolução justificada pelo crescente fluxo de transeuntes”.

Tanto na Baixa (129.200 m2 e 490 unidades), como nos Clérigos (18.900 m2 e 100 lojas), o setor da moda tem maior representatividade, ao ocupar 55.700 m2 e 170 unidades.

A destacarem-se estiveram outras zonas, face ao aumento do turismo e pelas intervenções feitas, como a Cedofeita, Eixo Rua das Flores/Mouzinho da Silveira e Eixo da Ribeira, que totalizam 39.600 m2 e 450 lojas.

A subida de valores das rendas começou a partir de 2013, “inicialmente no comércio de rua de Lisboa” e generalizou-se aos restantes segmentos ‘prime’ do retalho. Com exceção do comércio de rua do Porto, os valores atingiram “máximos históricos”.

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