Brasil tem contribuído na luta contra o aquecimento global, diz ministra

 

Marcello Casal Jr./ABr

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fala sobre licenciamento ambiental e sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em entrevista à Radiobrás.

A estimativa é de que a temperatura na Amazônia pode subir entre 6 e 8 graus, e o volume de chuvas pode encolher em 20%, se o desmatamento e a poluição continuarem na proporção atual e se o Tratado de Quioto não for seguido.

De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o Brasil tem contribuído cada vez mais para as tentativas de contenção das mudanças climáticas. “O Brasil, por exemplo, está no topo dessa contribuição em relação à energia: 81% da matriz elétrica brasileira é renovável. Nenhum país no mundo tem isso. Isso não significa que não tenhamos uma grande jornada pela frente” afirma em entrevista à Radiobrás.

A ministra informou ainda que a redução do desmatamento nos últimos dois anos evitou a liberação na atmosfera de 128 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2), um dos principais poluentes que agravam o efeito estufa. “Isso representa uma redução de 15% de tudo que teria de ser diminuído pelos países ricos no período [segundo o Tratado de Quioto]. Logo, um país em desenvolvimento, com graves problemas sociais, que dá essa contribuição… Eu diria que nós estamos no caminho”.

Durante a 12ª Conferência das Partes da Convenção sobre Mudança do Clima, em Nairóbi, no Quênia, a ministra apresentou uma proposta de compensação financeira para os países em desenvolvimento que obtiveram redução no desmatamento das florestas tropicais. Segundo ela, é necessário que essa agenda perpasse todas as possibilidades de redução de CO2. “80% das emissões são oriundas do uso de combustíveis fósseis [como o petróleo, consumido principalmente por nações ricas] e 20% pelo uso da terra. Entra aí a parte de florestas, de agricultura, de tudo o que tem a ver com uso da terra. Se esses 20% chegassem a zerar, se ninguém fizesse mais nem um uso desse potencial, o que é impossível para a humanidade e para o planeta, mesmo assim não resolveria o problema. As florestas seriam destruídas do mesmo jeito pelo esquentamento global”.

Ainda assim, Marina Silva defende que o problema deva ser encarado. Os países em desenvolvimento, por exemplo, tem um papel muito maior na redução de emissão de poluentes. “Se você perguntar para a Inglaterra se eles se prepararam bem – e eles têm dinheiro, tecnologia e massa crítica –, se perguntar para os Estados Unidos e para o Japão, para qualquer país do mundo, se eles estão preparados, a resposta vai ser de que eles não estão. O Brasil está fazendo um esforço muito grande, na realidade de um país em desenvolvimento, com poucos recursos, com dificuldades do ponto de vista tecnológico em vários aspectos”.

 

As informações são da Agencia Brasil.

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