Os investimentos brasileiros em Portugal estão crescendo e em 2009 foram quase cinco vezes maiores que os de 2008. De acordo com os dados mais recentes do Banco Central do Brasil (BC), o investimento direto brasileiro em Portugal somou US$ 310 milhões em 2009, contra apenas US$ 65 milhões no ano anterior.
Com esta evolução, Portugal, que em 2008 representou somente 0,4% de todo o investimento direto brasileiro no exterior, passou a ser o sétimo maior destino dos capitais brasileiros em todo o mundo, representando 4% do investimento do Brasil.
As Ilhas Cayman foram em 2009 o principal mercado onde as empresas brasileiras investiram, com um total de US$ 2,2 bilhões. O segundo destino dos investimentos do Brasil foram os Estados Unidos da América (US$ 1,78 bilhões), seguidos das Ilhas Virgens Britânicas (US$ 441 milhões), Países Baixos (US$ 428 milhões), Espanha (US$ 377 milhões), Áustria (US$ 361 milhões) e Portugal.
O reforço do investimento brasileiro em Portugal aconteceu num ano em que os investimentos diretos do Brasil no exterior caíram para menos de metade, passando de US$ 17,3 bilhões em 2008 para US$ 7,8 bilhões em 2009, segundo as estatísticas do BC. Investimento português no Brasil caiu Mas se as contas do ano passado comprovam um interesse maior dos investidores brasileiros por Portugal, no sentido inverso os números mostram uma contenção do investimento português no Brasil. O ingresso de capital luso no mercado brasileiro, na rubrica de participação no capital, em 2009 foi de US$ 384 milhões, o que representa menos 63% que em 2008.
O investimento direto estrangeiro no Brasil por via de participação em capital foi de US$ 31,7 bilhões, menos 28,7% que no ano anterior. A participação de Portugal reduziu-se de 2,4% em 2008 para 1,2% em 2009, de acordo com os dados do BC.
Além da participação no capital de empresas brasileiras, o investimento estrangeiro no Brasil inclui a rubrica de desembolsos por via de empréstimos. Aí Portugal passou de US$ 319 milhões em 2008 para US$ 506 milhões em 2009.
No total, o investimento direto estrangeiro no Brasil (contando os ingressos e subtraindo as saídas) foi de US$ 25,9 bilhões, bem abaixo dos US$ 45 bilhões de 2008. Desse investimento direto de US$ 25,9 bilhões, a participação no capital foi de US$ 19,9 bilhões, enquanto os empréstimos intercompanhias ascenderam a US$ 6 bilhões.
Na ocasião do V Encontro Empresarial de Negócios na Língua Portuguesa – VEENLP, realizado no último setembro, em Fortaleza (CE), o presidente do Conselho das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil – CCPCB, Rômulo Alexandre Soares falou sobre a importância de os países aproveitarem o fato da língua em comum para fortalecerem as relações econômicas. Rômulo Soares enfatizou que não parece razoável que países que falem a mesma língua, que estão relativamente próximos e ligados pelo oceano atlântico ainda registrem trocas comerciais incipientes.
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