BNDES acompanha reta final da privatização na EDP

Vice do BNDES diz que há espaço para fortalecer a relação econômica entre Brasil e Portugal.

 

Mundo Lusíada
Com agencias

O presidente do Banco Nacional Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) do Brasil, Luciano Coutinho, viajou para Portugal em 28 de novembro para acompanhar a reta final da privatização da posição detida pelo Estado português na EDP. O banco de fomento brasileiro já confirmou que poderá financiar a compra de 21,35% da EDP pela Eletrobras, caso a estatal brasileira vença a disputa pela aquisição da participação da pública na elétrica portuguesa.
A Eletrobras deverá apresentar até o dia 9 de dezembro a proposta final para a compra da EDP. Outra brasileira, a Cemig, também está na corrida, ao lado da alemã E.On e da chinesa Three Gorges.
O vice-presidente do BNDES, João Carlos Ferraz, que esteve palestrando em evento da Câmara Portuguesa de Comércio em São Paulo, não comentou qual é o valor que poderá ser financiado pelo BNDES na hipótese do Brasil ganhar. E não descartou a possibilidade da instituição participar em outros negócios relacionados com as privatizações em Portugal. Sem especificar, o responsável disse apenas que isso dependeria da apresentação de “um bom projeto”. “O BNDES jamais se recusou a apoiar bons projetos”, acrescentou.
Por conta da viagem de Coutinho para Portugal, por um pedido do governo brasileiro, no almoço da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil, o seu vice-presidente esteve presente como substituto no encontro com os empresários luso-brasileiros em São Paulo. Durante o almoço, Ferraz apresentou o trabalho do BNDES e as perspectivas para a economia brasileira, segundo a visão da instituição.

Fortalecer a relação econômica entre Brasil e Portugal
Durante o evento da Câmara Portuguesa de Comércio, o vice-presidente do BNDES disse ainda que há espaço para fortalecer a relação econômica entre Brasil e Portugal, apesar da crise internacional que será longa. “Em função da crise, o comércio externo pode desacelerar e disparar protecionismo, o que seria indesejável”, afirmou João Carlos Ferraz.
Segundo o vice-presidente do BNDES, o Brasil entrou o ano de 2011 com crescimento de 7,5% e a decisão do governo foi de desacelerar a economia. Esse movimento de desaceleração da economia foi feito, lembrou, utilizando alguns instrumentos, como alta dos juros.
De acordo com Ferraz, a crise deverá ter velocidades diferentes no impacto sobre os países com economias avançadas e os que são emergentes. “No Brasil, há paralisação de emissões de bônus que estavam prontas”, destacou. Ferraz disse ainda que na crise de 2008 houve um puxar de freio dos agentes econômicos e na atual crise ocorreu uma redução da atividade doméstica, e não uma puxada de freio.
O vice-presidente do BNDES disse também que dado a demanda de investimentos existente o BNDES “não será capaz de segurar a onda de financiamentos sozinho”. E isso, declarou, ressalta a importância da ampliação de outras fontes de financiamento privado de longo prazo. Ferraz afirmou que os desembolsos do BNDES devem chegar perto de R$ 140 bilhões no final do ano. Ele disse que é possível que em dois anos, quando a taxa de juro nominal estiver abaixo de 10% ao ano, os bancos atuem com mais intensidade em projetos de financiamento de longo prazo.

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