Banco quer criação de eixo entre Brasil, Portugal e Angola

Da Redação Com agencia Lusa

O presidente do Grupo Espírito Santo (GES), Ricardo Salgado, defendeu em Luanda que o eixo Atlântico constituído por Portugal, Brasil e Angola pode ser um motor de inversão da crise mundial.

Na inauguração do novo edifício construído pela Escom em Luanda, que integra o GES, Salgado manifestou-se “confiante” de que esforços conjugados entre os três países podem resultar em mais capacidade de atração de capitais para investir em Angola.

Além disso, ele afirmou que o mundo desde 2008 teve uma contração, “uma crise econômica violentíssima” de que a sua geração não tem memória, mas disse que há sinais concretos de recuperação, afirmando o exemplo de Portugal, que é “um dos sete países europeus” com taxas de crescimento positivas, “apesar de pequenas”.

“Essa crise está a evoluir de forma mais favorável, os indicadores são melhores agora, quer nos EUA quer na Europa”, notou, lamentando que, “infelizmente”, os investidores orientem os seus capitais para os países que mais crescem, como os EUA e a Europa, que “continuam a investir preferencialmente na Ásia”.

Mas, reforçando a ideia de constituição de um eixo Atlântico “bem coordenado” constituído pelo Brasil, Portugal e Angola, podem ser criadas condições para “inverter esta tendência” e conseguir “atrair fluxos de capitais mais significativos para investir em Angola”.

Para isso, Salgado pediu uma “coordenação mais perfeita” e elogiou a prioridade do Brasil em investir na África, como o prova os investimentos das empresas brasileiras em Angola e Moçambique.

“Portugal, país pequeno e periférico da Europa, tem a capacidade de se relacionar melhor que qualquer um com África e a América Latina. Portugal é procurado por investidores europeus e norte-americanos para investimentos em Angola e Brasil”, disse.

“É importante que a China mantenha o investimento em Angola, mas é fundamental que o mundo ocidental, nomeadamente o eixo Atlântico, [consiga] desenvolver-se e possa contribuir para orientar capitais para Angola”, apontou.

Nova gestora de fundos Ainda no mês de setembro, o Banco Espírito Santo e Bradesco criaram uma nova gestora de fundos private equity para operar no Brasil, a 2bCapital.

Esta será controlada em partes iguais pelas subsidiárias BRAM – Bradesco Asset Management e Espírito Santo Capital (ES Capital) e terá como principal executivo Manuel de Sousa, responsável até então pela ES Capital no Brasil.

O primeiro "private equity" [atividade financeira realizada por instituições que investem essencialmente em empresas que ainda não estão cotadas, com o objetivo de alavancar seu desenvolvimento] da nova gestora terá o valor de R$ 500 milhões.

O fundo da 2bCapital investirá em setores pré-selecionados, em companhias com receitas anuais superiores a R$ 100 milhões e alto potencial de crescimento, podendo os investimentos incluir tanto participações minoritárias como de controle.

"A parceria resulta da complementaridade de cada um dos sócios. Pelo lado do Bradesco, a sua presença e representatividade no mercado brasileiro, além do relacionamento com empresas atuantes em todos os setores da economia, enquanto o BES aporta a sua experiência em private equity, com presença destacada principalmente no continente europeu", indica um comunicado divulgado pelos dois bancos.

A BRAM é a segunda maior gestora privada brasileira de recursos de terceiros com cerca de R$ 160 bilhões em carteira, distribuídos por mais de 3,3 milhões de investidores de fundos de investimento.

A ES Capital é uma sociedade do Grupo BES, integrada no seu universo de banco de investimento, que gere fundos de private equity há mais de 13 anos, atuando em Portugal, Espanha e França, possuindo atualmente uma carteira que totaliza 190 milhões de euros sob gestão.

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