Banco de Portugal mantém previsão de crescimento de 1,7% este ano

Da Redação
Com Lusa

logo_bandeira-PortugalO Banco de Portugal (BdP) continua a prever que a economia portuguesa cresça 1,7% este ano, mantendo uma previsão ligeiramente mais otimista do que a do Governo.

No Boletim Econômico de outubro, divulgado em 07 de outubro, a instituição liderada por Carlos Costa mantém a projeção de crescimento da economia portuguesa inalterada face ao documento apresentado em junho, ou seja, nos 1,7%.

Esta estimativa está 0,1 pontos percentuais acima da projeção de crescimento econômico de 1,6% apresentada pelo Governo liderado por Pedro Passos Coelho no Programa de Estabilidade 2015-2019.

De acordo com o banco central, o crescimento econômico este ano será sustentado por um “dinamismo robusto da procura externa, uma menor fragmentação financeira na área do euro e uma melhoria nas condições monetárias e financeiras”, em sequência das medidas adotadas pelo Banco Central Europeu (BCE).

Além disso, o BdP assinala “a consolidação de expectativas favoráveis dos agentes econômicos quanto à evolução do rendimento permanente”, o que contribuiu para o “dinamismo da procura interna”.

Também o crescimento das exportações, o aumento do emprego no setor privado e uma queda no desemprego, bem como as baixas pressões inflacionistas caracterizam “a recuperação em curso”, segundo o banco central.

O Banco de Portugal considera agora que a procura interna e as exportações representam um maior contributo para o Produto Interno Bruto (PIB), de 2,6 e 2,5 pontos percentuais, respetivamente (uma diferença de mais 0,5 pontos face ao Boletim de junho).

O banco central acredita também que as importações vão ter um maior impacto negativo no crescimento do PIB, penalizando-o em 3,4 pontos percentuais, quando em junho este impacto representava -2,4 pontos. A entidade também mantém as previsões de junho para a taxa de inflação, estimando que represente 0,5% em 2015.

O BdP continua ainda a prever que Portugal feche o ano com contas externas positivas, de 2,3% do PIB, embora tenha revisto em baixa a previsão do saldo das balanças corrente e de capital, que em junho era 3% do PIB.

O Banco de Portugal atualiza as suas projeções econômicas um dia depois de o Fundo Monetário Internacional (FMI) também o ter feito: a instituição liderada por Christine Lagarde manteve as suas previsões e estima que a economia portuguesa cresça 1,6% este ano. Também a Comissão Europeia, segundo as previsões de primavera, estima que a economia portuguesa cresça 1,6% em 2015.

3ª maior dívida da zona euro
Portugal será o sexto país do euro com maior déficit orçamental e terá também a terceira maior dívida pública em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, segundo divulgou o FMI.

No “Fiscal Monitor”, um documento com as previsões orçamentais para vários países do mundo, o FMI espera o déficit de Portugal esteja nos 3,1%, sendo ultrapassado apenas pelo de Espanha (4,4%), da Grécia (4,2%), de França (3,8%), da Eslovénia (3,7%) e da Finlândia (3,2%).

Portugal lidera também os países do euro com maior dívida pública, antecipando a instituição presidida por Christine Lagarde que o endividamento do país chegue ao final de 2015 nos 127,8%, atrás de Itália (133,1%) e da Grécia (196,9%), que deverá ser a economia mais endividada entre as 19 da moeda única.

Em 2020, em termos relativos, a posição de Portugal piora, passando a ter o segundo maior déficit do espaço do euro e a manter a terceira maior dívida, nos 2,3% em 2020.

O FMI prevê que a zona euro no seu todo apresente déficits orçamentais consecutivamente pelo menos até 2020, o último ano das projeções apresentadas nesta quarta-feira.

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