Assinado acordo Galp-Petrobras em biodiesel com renda de R$ 2,2bi

Do Jornal Mundo Lusíada Com Lusa

Manuel Aguiar/Galp

>> Eng.º Manuel Ferreira [Galp], José Sérgio Gabrieli [Petrobras] e o Prof. Marçal Grilo [Partex] durante conferência de imprensa.

No último 10 de outubro, foi assinado formalmente em Lisboa um acordo entre a Galp Energia e a Petrobras para formação de uma ‘joint-venture’, com objetivo de produção e comercialização de biocombustíveis. O “Projeto Belém” deve gerar receitas de US$ 1 bilhão (R$ 2,2 bilhões) a partir de 2015.

De acordo com o presidente da petrolífera portuguesa, Manuel Ferreira de Oliveira, que fez o anúncio durante o 13º "Meeting Internacional" do Lide – Grupo de Líderes Empresariais do Brasil, o biodiesel de segunda geração terá um preço entre US$ 300 e US$ 400 por tonelada a mais do que o atual valor da variedade de primeira geração (US$ 1 mil), elevando as receitas para “US$ 900 milhões a US$ 1 bilhão”. Mas o preço será atingido quando “a produção estiver em plenitude”, por volta de 2015.

O Projeto Belém prevê a produção de 600 mil toneladas por ano de óleo vegetal no Brasil, destinado à produção de 500 mil toneladas anuais de biodiesel de segunda geração (Biodiesel 2G). Metade do volume será produzida em Portugal e a outra metade em local a ser definido, com o objetivo de comercialização na Europa com prioridade para o mercado ibérico.

Segundo divulgou a Petrobras, as empresas pretendem aprofundar os estudos e caso confirmada a viabilidade do projeto, deverá ser constituída uma sociedade com capital social dividido entre a Petrobras (50%) e Galp Energia (50%), ou suas afiliadas. De acordo com Rogério Mattos, gerente executivo da Petrobras Biocombustível, na primeira fase vão ser produzidas 300 mil toneladas de óleo, que será exportado para Portugal. A demanda portuguesa, de acordo com ele, por biocombustível de primeira geração tem um limite na Europa de apenas 5%. “A Europa tem um objetivo de 10% de biocombustível (de segunda linha) até 2020, e em Portugal será especialmente o diesel” afirmou em entrevista à Agencia Estado.

O acordo resulta do Memorando de Entendimentos, assinado em 18 de maio de 2007 para produção, comercialização e distribuição de biodiesel nos mercados brasileiro, português e internacional. O documento foi assinado durante a visita do presidente Lula a Portugal, em cerimônia na Torre de Belém.

Projetos Futuros A Galp Energia mantém uma participação de 20% no consórcio que explora parte da Bacia de Santos, enquanto a Petrobras controla os 80% restantes. Assim, nos próximos anos, a Bacia de Santos deverá levar um investimento entre US$ 150 e US$ 200 bilhões, sendo que 9% serão investidos pela Galp, em 15 anos.

A parceria da Galp Energia com a Petrobras em Santos é considerada das mais promissoras, no “pré-sal” e acumulação de Tupi, e cuja exploração deve iniciar no próximo ano. “O petróleo descoberto no final de 2007 em carbonatos do Pré-Sal, na Bacia de Santos, onde só na acumulação de Tupi as primeiras estimativas indicam um volume de 5 a 8 bilhões de barris de óleo leve e gás natural”, citou o gerente da petrolífera brasileira Guilherme Estrella.

Ambas empresas também analisam um projeto futuro na Bacia Lusitânia. Trata-se de um consórcio luso-brasileiro que vai ser iniciado em 2010, com perfurações para exploração de petróleo numa zona que inclui o Cabo Mondego e S. Martinho do Porto em Portugal, com boas perspectivas de reserva. As prospecções petrolíferas na zona fundamentam-se em estudos acadêmicos produzidos ao longo dos anos pela Universidade de Coimbra. “As condições geológicas são muito interessantes e há boas perspectivas de descobertas significativas”, disse Estrella à Agência Lusa.

Segundo Ferreira de Oliveira, as parcerias que a empresa tem estabelecido no Brasil e em outros países de língua portuguesa, como Angola, vão permitir que dentro de 8 anos se passe de 17 mil para 150 mil barris de petróleo por dia, 50% das necessidades de Portugal. Porém, estes projetos poderão ter modificações diante da crise financeira. A forte correção dos preços do petróleo nos mercados internacionais pode ameaçar a viabilidade comercial das explorações da Galp na Bacia de Santos. Segundo informou o Jornal de Negócios, os investimentos exigem a cotação do petróleo esteja, no mínimo, a 70 dólares.

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