Unesco reconhece dois novos geoparques mundiais no Brasil

Da Redação com agencias

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) anunciou em 13 de abril que foram aprovados dois novos Geoparques mundiais no Brasil.

A agência ampliou sua lista reconhecendo oito novas áreas, duas do Brasil (o Geoparque de Seridó e o dos Caminhos dos Canyon do Sul), e seis geoparques na Europa, localizados na Finlândia, Alemanha, Grécia, Luxemburgo, Romênia e Suécia.

Segundo a UNESCO, geoparques mundiais são áreas geográficas unificadas, onde sítios e paisagens de relevância geológica internacional, administrados com base nos conceitos de proteção, educação e desenvolvimento sustentável.

O Geoparque do Seridó ocupa uma área de 2.800 quilômetros quadrados no semiárido nordestino do Brasil e abriga uma das maiores reservas de scheelita da América do Sul, um importante minério de tungsténio, além de fluxos de basalto da atividade vulcânica das eras Mesozoica e Cenozoica.

Essa geodiversidade, ressaltou a UNESCO, determina em grande parte a biodiversidade única da área, caracterizada especialmente pela caatinga (“floresta branca” na língua tupi), uma ecorregião marcada por uma flora subtropical específica.

A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, o que significa que grande parte de seu patrimônio biológico não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta.

Já o Geoparque Caminhos dos Canyon do Sul, com uma área de 2.830,8 quilômetros quadrados, contém um dos ecossistemas mais ricos do planeta em termos de biodiversidade.

Possui também, segundo a UNESCO, os Canyon mais impressionantes da América do Sul, formados pelos processos geomorfológicos únicos que o continente experimentou durante a rutura do supercontinente Gondwana, há cerca de 180 milhões de anos.

Os habitantes pré-colombianos da área costumavam se abrigar em paleotocas (cavidades subterrâneas escavadas por extinta megafauna paleovertebrada como a preguiça gigante) cujos numerosos vestígios ainda são visíveis no geoparque.

Até agora, o Brasil tinha apenas um geoparque na lista da Unesco, no Araripe.

As novas adições elevam o número de geoparques na rede global para 177, em 46 países, com uma área total de 370.662 quilômetros quadrados, comparável ao território do Japão.

Os Estados membros da Unesco ratificaram a sua criação em 2015 e através da sua designação é reconhecido o patrimônio geológico de importância internacional.

Esses enclaves, destacou a organização, apresentam uma extraordinária variedade geológica que sustenta a diversidade biológica e cultural das diferentes regiões. A sua integração na rede beneficia as comunidades locais, combinando a conservação do patrimônio geológico com o alcance público e o desenvolvimento sustentável.

Demais parques

Os outros seis integrantes da nova lista da Unesco ficam na Europa. O primeiro é o Salpausselkä, na Finlândia, na parte mais meridional do Lakeland finlandês, cobrindo uma área de 4.506 km². Cerca de 21% do geoparque é coberto por água e mais da metade por florestas.

O Ries, com a maior parte no estado da Baviera, na Alemanha, também completa a lista. No local, os visitantes podem explorar a cratera de impacto de Nördlinger Ries e aprender sobre sua geologia e história seguindo trilhas naturais por conta própria ou em visitas guiadas.

Ao sul do continente, na Grécia Ocidental, o Geoparque Mundial da Cefalônia – Ithaca também foi nomeado, sendo um complexo de ilhas. O local é rico em geossítios de origem cárstica como cavernas, dolinas e riachos subterrâneos, todos espalhados pelas ilhas contando uma história geológica que remonta a mais de 250 milhões de anos.

No leste de Luxemburgo, outro selecionado foi o geoparque rural Mëllerdall. Segundo a Unesco, o local possui uma das paisagens de arenito mais espetaculares da Europa Ocidental. O local tem sido uma atração turística desde o final do século 19 e hoje a região pode ser explorada seguindo uma densa rede de trilhas bem-sinalizadas.

A Romênia também possui um geoparque na rede, o Buzău Land. Localizado na área da Curva dos Cárpatos, o território montanhoso cobre 1.036 km² e abriga cerca de 45 mil habitantes.

Completa a lista o Platåbergens, no oeste da Suécia. De acordo com a Unesco, a região montanhosa foi moldada pela erosão durante a última Idade do Gelo, 115 mil anos atrás.

Foto Salpausselkä Geopark/Johannes Sipponen Os outros seis integrantes da nova lista da Unesco ficam na Europa. O primeiro é o Salpausselkä, na Finlândia

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